Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Workshop Sobre o Controle de Enchentes em SP

6 de abril de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Tecnologia | Tags:

Um importante workshop sobre o controle de enchentes foi realizado em São Paulo pelo governo japonês. Foi uma promoção do seu Consulado Geral, Ministério de Solo, Infraestrutura, Transportes e Turismo do Japão e a JICA – Agência de Cooperação Internacional daquele país, com o apoio do governo do Estado e da Prefeitura da Capital.

Três especialistas vindos do Japão apresentaram suas experiências, que foram debatidas com autoridades e técnicos brasileiros. O senhor Eiji Otsuki, diretor do International Water Management Cooperation, River Bureau, Ministry of Land, Infraestructure, Transport and Tourism do Japão, fez uma brilhante exposição sobre “Floor Risk Management in Japan”.

Ele mostrou que Tóquio fica, em grande parte, a menos de cinco metros do nível do mar, sendo cruzado pelos rios Sumida (em cujas margens nasceu a cidade), Edogawa e Arakakawa. No Japão, chove em média 1.714 milímetros anuais, com mais de 180 concentrados em junho. Sofre os efeitos das intensas chuvas provocadas por dezenas de tufões que se aproximam ou atingem o Japão anualmente.

As pessoas que têm experiência com estes tufões sabem que é no seu entorno que as tempestades são violentas, com rajadas de vento e precipitações acentuadas. Foram mostradas fotos de danos causados por precipitações superiores a 1.000 milímetros em poucas horas, de mais de 100 milímetros em uma hora, e um caso de 21 milímetros em 10 minutos.

Relatou as medidas que são tomadas na melhoria dos rios, com construções de represas, das melhorias das bacias e os alívios para os danos causados. Os que conhecem o Japão sabem que os grandes rios contam com amplas áreas de lazer, do leito do rio até as barragens de mais de 10 metros que evitam as inundações. Imensas galerias são construídas para transpor as águas de um rio para outro. Não há notícias de inundações como os que ocorrem em São Paulo.

O sistema de alerta para a população utiliza todos os meios, havendo um primeiro nível para evacuação no caso de risco, até um patamar mais elevado quando as cheias são fortes. Relatou também as experiências de cooperação internacional.

O senhor Hiroshi Yamauchi, vice-diretor para cooperação internacional, mostrou que o Japão sofre também 20% dos terremotos que ocorrem no mundo, provocando deslizamentos e rompimento das estradas, notadamente das pontes. Mostrou como está organizada a defesa civil, que efetua treinamentos frequentes da população que deve estar envolvida nas assistências, mas conta com uma estrutura nacional para socorros. O Sr. Kazushi Fukumoto, do JICA, relatou as experiências internacionais, principalmente no Nepal e nas Filipinas.

Os palestrantes brasileiros relataram o que ocorre em São Paulo, com a preparação de áreas verdes na montante do rio Tietê para evitar o agravamento das enchentes bem como outras medidas que estão sendo tomadas. A troca de experiências foi interessante, ficando os japoneses dispostos a oferecer assistência técnica e cooperação internacional.

Como comentário final, cabe enfatizar que, nas experiências internacionais, o uso dos vales dos rios como via de transporte é uma exceção, sendo mais utilizados os espigões, como ocorre em todo o Estado de São Paulo e no resto do Brasil.



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