Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

A Política Internacional Chinesa

31 de maio de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: ,

Com o peso econômico e político que a China conquistou no mundo nos anos recentes, todas as grandes questões internacionais dependem de sua posição. É verdade que isto ocorre, também, com a diminuição de poder dos Estados Unidos e da Rússia, enquanto os demais países emergentes ainda não consolidaram seus poderes, mesmo a Índia e o Brasil.

Constata-se que a China, ciente do papel que pode desempenhar, comporta-se com maior cautela em todas as questões, tornando-se o fiel da balança em questões como do Irã e da Coreia do Norte. Em princípio, é contrária a sanções internacionais, mesmo no âmbito do Conselho de Segurança da ONU, onde os chineses possuem o poder de veto.

Tudo indica que os chineses não desejam distúrbios que possam atrapalhar o contínuo aumento do seu poder mundial que vem ocorrendo nas últimas décadas. Na questão que envolve as duas Coreias, a do Norte está ficando totalmente dependente dos chineses, que atendem a mais de 70% do seu abastecimento, sem nenhuma condição de melhorar o padrão de vida de sua população.

Na questão nuclear envolvendo o Irã, parece procurar uma situação de equilíbrio, exigindo que as demais potências os consultem para que haja possibilidade da tomada de qualquer atitude.

Mesmo as pressões exercidas pelas diversas potências, como os Estados Unidos, o Japão ou a Coreia do Sul, e até os europeus, para maior equilíbrio comercial com a valorização do seu câmbio, todos são cautelosos, pois desejam continuar com acesso ao seu mercado, bem como contar com seus investimentos e financiamentos. Tudo indica que, se algum ajustamento tiver que ser feito, será na dimensão e velocidade decidida pela China.

Os chineses sabem que o mundo sem eles não seria o mesmo. E nos organismos internacionais, tanto na ONU como na OMC, impõem as suas vontades, enfrentando eventuais oposições, simplesmente pela sua inércia. Não utilizam mais uma retórica agressiva, mas com pausada calma fazem o que desejam, sem que ninguém tenha poder para confrontá-los.

Do ponto de vista econômico como ambiental, estão ajustando-se internamente, com uma visão clara dos seus interesses. Tudo isto ficou claro, tanto nas visitas de Hillary Clinton como na reunião de cúpula da China, Coreia do Sul e Japão, e as posteriores declarações oficiais chinesas.



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