Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Cuidados Com as Estatísticas

12 de maio de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: , , ,

Na crise pela qual a economia mundial e a maioria dos países passam atualmente predomina uma forte ansiedade generalizada pelas melhoras que já começam a ocorrer. É como uma torcida, mais emocional que realista. Dados estatísticos setoriais e de algumas regiões registram bons crescimentos comparados com os mesmos períodos do ano passado, que foram péssimos.

Mas não se deve confundir estes resultados como a superação da crise, pois muitos deles continuam abaixo dos níveis atingidos no passado. São alvissareiras as recuperações que se observam, mas devem ser consideradas com cautela.

Para se obter a recuperação, muitos países fizeram esforços descomunais que deixaram suas finanças sobrecarregadas. Como o que aconteceu na Grécia e muitos outros países europeus, que sempre gastaram mais que produziam. Todos estão colaborando para superar a fase mais aguda das dificuldades, mas estas medidas acabam implicando em novos empréstimos que necessitam ser honrados, exigindo mais produção e menos gastos, com penosos sacrifícios.

Tudo indica que a fase mais crítica da crise foi ultrapassada, mas restam sequelas difíceis de serem sanadas. Certamente, o clima mais pessimista já foi superado, mas os mesmos defeitos que geraram a crise persistem no sistema financeiro internacional. Algumas bolhas continuam ocorrendo, e as modificações mais profundas sofrem fortes resistências.

As novas oportunidades estão sendo aproveitadas pelos emergentes como a China, a Índia e até o Brasil, atendendo as massas que ingressaram no mercado. Mas as economias mais industrializadas há mais tempo lutam com dificuldades para ajustamentos drásticos.

Agravando a situação, ocorrem problemas como a nuvens provocadas pelo vulcão da Islândia. Ou o vazamento de petróleo de difícil controle no Golfo do México. Tudo isto acrescenta custos que precisam ser absorvidos, recomendando cautelas adicionais em potenciais como o do pré-sal, efetuado em maiores profundidades.

O desenvolvimento sustentado implica em gastos adicionais, mas se tornou um imperativo. Utilizar ajudas externas, principalmente de financiamentos, continua muito perigoso. Há que se poupar, o que é sempre difícil, para gerar recursos próprios.

Eliminar os desperdícios, aumentar a eficiência, ter condições de competitividade internacional, tudo isto exige esforços substanciais, que precisam ser efetuados. O Brasil tem espaços para tanto, mas precisa trabalhar para conquistá-los.



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