Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Desemprego no Mundo e na Ásia

20 de maio de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: , , | 2 Comentários »

Há muitos anos, quando ainda a China não tinha ingressado no mercado globalizado, escrevemos um artigo apontando que a incorporação de grandes massas asiáticas na economia mundial geraria grandes problemas de ajustamento por toda a parte. O que continua surpreendendo é que mesmo economias dinâmicas como as asiáticas continuam enfrentando problemas, que chegam às camadas de trabalhadores de formação superior.

Todos sabem que na Europa, e mesmo nos Estados Unidos, o problema do desemprego tornou-se crônico, como também acontece em economias desenvolvidas como a do Japão, sendo de difícil solução. Em alguns casos, é preciso importar mão de obra que aceite condições mais duras de trabalho, pois os nipônicos resistem em aceitar tarefas arriscadas, exigem grandes esforços e proporcionam remunerações que não consideram condignas.

Isto tem provocado imigrações de chineses, outros asiáticos e até de sul-americanos descendentes de japoneses que, mesmo com a atual crise, continuam exercendo atividades que não são aceitas facilmente pelos trabalhadores do Japão. Ainda que algumas proporcionem condições razoáveis, como cuidar dos idosos dependentes, que proporcionam salários compensadores e outras vantagens, como casa e comida. Mas que exigem uma compreensão razoável da língua japonesa, além muita paciência.

O que surpreende é que nas dinâmicas China e Coreia, o número de trabalhadores com nível universitário, que vem aumentando de forma assustadora, não encontra empregos em quantidade suficiente. Não se trata somente dos que vêm do meio rural para os grandes centros urbanos, mal qualificados e atraídos por remunerações mais condignas, trabalhando duro nas construções civis e outras atividades industriais. O jornal Daily China reproduz alguns depoimentos deles no “Graduates in China”. Artigo similar aparece no jornal coreano MK Business News.

Deste ponto de vista, o Brasil é uma exceção que salta aos olhos. O emprego com carteira assinada vem crescendo de forma significativa, mas os sindicatos como os políticos não podem abusar nas suas reivindicações por melhorias de salário real, acima do aumento da produtividade, incluindo as pensões dos aposentados.

Lamentavelmente, se existe algo que afeta diretamente a inflação e a competitividade internacional é o salário, o que não pode ser superado pela política ou demagogia. Até na Ásia, muitas atividades industriais já estão sendo transferidas para o Sudeste Asiático, para países como o Vietnã, onde os salários são mais baixos que na China.

Tudo isto é um processo que demanda muito tempo, e se exagerar em beneficiar os trabalhadores, o que todos desejariam, pode-se cair na situação da Europa, que vai amargar um longo período de estagnação. Infelizmente, em economia não existe milagre, mas contar com o emprego é uma bênção que deve levar todos a elevar seus braços para os céus. O que deve fazer é investir em educação profissional, inclusive aprendizado de línguas, que facilita a obtenção de empregos.


2 Comentários para “Desemprego no Mundo e na Ásia”

  1. Greek
    1  escreveu às 01:57 em 21 de maio de 2010:

    Você está certo. Ter emprego hoje em dia é motivo para levantar os braços aos céus.
    Aprender outros idiomas abre um campo maior de possibilidades.

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 06:33 em 21 de maio de 2010:

    Caro Greek,

    Obrigado pelo comentário. Lamentavelmente, muitos se queixam que novos trabalhadores estão conseguindo emprego em todo o mundo. Os seres humanos se realizam pelo trabalho. Na Europa hoje, quem não domina três idomas não é considerado um cidadão completo. Os brasileiros também estão se esforçando para aprender outras linguas. Na década dos cinquenta do século passado nos cursos secundários brasieiros estudava-se francês, espanhol, inglês alem de português, no mínimo.

    Paulo Yokota


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