Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Investimentos em Economias Emergentes

23 de maio de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Empresas | Tags: , ,

Alguns analistas avaliam que economias industrializadas como a norte-americana ou a japonesas não apresentam o dinamismo que possuíam no passado. Mesmo que isto esteja ocorrendo, suas dimensões, tecnologias disponíveis, capacidade empresarial e possibilidades de investimentos não podem ser desprezadas. O que ocorre é que as suas empresas mais importantes estão efetuando investimentos em economias emergentes.

Verificando os planos de investimentos das empresas japonesas, o jornal econômico Nikkei constata que as suas empresas automobilísticas estão com planos concretos para ampliar suas instalações na China e na Índia. As empresas capazes de produzir equipamentos para a infraestrutura também estão com seus orçamentos preparados. Algo semelhante ocorre com as que possuem tecnologia para melhoria do meio ambiente.

Lamentavelmente, outras economias emergentes como o Brasil não figuram nestas notícias, ainda que muitos analistas entendam que elas contam com condições até mais favoráveis. Algumas razões podem ser alinhadas para este fenômeno. A primeira é que está se consolidando uma economia asiática, dadas as grandes dimensões dos mercados chineses e indianos, que continuam crescendo a taxas elevadas. A elas se acrescentam outras próximas com grandes potencialidades. A proximidade geográfica também favorece estas preferências, que facilita este intercâmbio, pois muitos investimentos são efetuados para fomentar o comércio bilateral.

Ainda que tais investimentos sejam efetuados com suportes de instituições oficiais, os riscos são privados. Assim, os projetos precisam contar com a viabilidade econômica, no que podem contar com o suporte das autoridades locais.

Quanto ao Brasil, parece que algumas empresas japonesas ainda guardam as lembranças dos prejuízos colhidos no passado. E ficam com a impressão que algumas autoridades locais as induzem para projetos que não são considerados viáveis, dadas as dimensões do mercado regional, bem como as condições do mercado internacional.

Um destes projetos refere-se à instalação de uma indústria de circuito integrado, como parte de um entendimento unilateral sobre a opção pela tecnologia digital japonesa de alta definição para a televisão brasileira. Os estudos privados não indicaram um retorno suficiente, num setor altamente competitivo internacionalmente. Enquanto a demanda asiática é elevada, o que leva a instalação de novas unidades com tecnologia de ponta.

Sempre existem outras razões que precisam ser consideradas quando das decisões para investimentos industriais de longa maturação e riscos elevados. Eles diferem dos investimentos meramente financeiros que possuem uma liquidez mais elevada, que podem ser revertidos quase “on time”, com os quais parece que o Brasil se acostumou.

Quando tais investimentos estão apoiados em reservas minerais, propriedades fundiárias e garantias de abastecimentos de energia, entre outros casos, como os que vêm sendo efetuados pelos chineses, mais recentemente, pode ser que tais avaliações sofram revisões.



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