Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Preocupantes Notícias Financeiras Mundiais

21 de maio de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: , ,

Neste mundo que se globalizou, com maior velocidade no sistema financeiro internacional, são constantes as notícias das dificuldades enfrentadas em algum país que se propagam rapidamente para outros, afetando até instituições internacionais. Os jornais econômicos de todo o mundo estão repletos de notícias que expressam inquietações, sem que medidas concretas sejam tomadas para reduzir os riscos destas transmissões.

A Europa, a partir do problema enfrentado pela Grécia, continua com os países com elevados endividamentos públicos em evidência, ainda que fundos gigantescos tenham sido criados para ajudar a superar estas dificuldades. O próprio sistema financeiro mundial vive com muitas de suas instituições no noticiário, mas continua resistindo a aceitar mecanismos de uma regulamentação mais rígida, que reduzam tais riscos e os fluxos de sua propagação.

Os lucros obtidos por estas instituições financeiras continuam anormalmente elevadas, bem como a remuneração dos seus dirigentes, mesmo que tenham induzidos os mercados a elevados riscos. Os mais pessimistas chegam a comentar que eles estão fora de controle, quer das autoridades nacionais como internacionais.

A continuar este clima, a incipiente recuperação da economia real mundial acaba sendo submetida a um estresse acima do suportável, provocando também violentas flutuações das bolsas para cima e para baixo. O próprio câmbio, como a relação entre o dólar e o euro, acaba sendo afetado, gerando instabilidades.

O mais incrível é que na procura de segurança há um aumento do fluxo financeiro internacional para os Estados Unidos, valorizando o dólar, principalmente para seus títulos públicos, que são ainda considerados os mais seguros. A ironia é que o que gerou o recente problema mundial foi o exagerado endividamento norte-americano, tanto como país como famílias, a ponto de não poder honrar os seus compromissos, dependendo dos recursos do resto do mundo.

O Brasil encontra-se relativamente bem, com juros elevados e impostos exorbitantes, mas inserido no mercado mundial. Mas evita interferir nos fluxos financeiros internacionais, dos quais depende, e acaba por aumentar a sua dependência do exterior. As economias mais sensatas, como a chinesa, usam a sua dimensão e força política para aumentar o seu mercado interno, e depender menos do exterior, que continua com elevada instabilidade.

O mundo continuará necessitando de alimentos, roupas, matérias-primas do qual dispomos, e o nosso mercado interno vem crescendo. Temos problemas que precisamos enfrentar com maior seriedade, como as deficiências de infraestrutura, educação e pesquisa, saúde e previdência social. Temos muito para continuar trabalhando, sem nos sujeitarmos as instabilidades mundiais.



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