Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

China se Prepara Para a Copa do Mundo no Brasil

25 de junho de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: , , | 2 Comentários »

O jornal chinês China Daily anuncia a decisão que o país começa a preparar a sua equipe de futebol para se tornar competitiva na próxima Copa do Mundo no Brasil. Chama atenção para o sucesso obtido pelos seus atletas nas duas últimas Olimpíadas em modalidades em que não se destacavam, em função da política oficial conseguiram resultados expressivos, e afirma que seus esportistas podem atingir um nível competitivo. Reconhece que o evento futebolístico mundial tem a mesma importância política dos Jogos Olímpicos, na dinâmica mundial de integração com o mundo, verificando a mobilização que provoca em quase todos os países, com o intenso uso da comunicação. Os chineses não foram classificados nas eliminatórias para a Copa deste ano.

Para atingir o objetivo, já estabeleceram um programa que começa imediatamente com a contração de técnicos de diversas origens, mas os jogadores serão os chineses, possivelmente organizando equipes por regiões, como foi feito no JLeague japonês no futebol profissional, que alcançou sucesso num país onde o beisebol e o sumô são considerados os esportes mais populares.

OLYMPICS-SOCCER/

Jogador da seleção chinesa disputa a bola com o Jô, em jogo pelas Olimpíadas de 2008, vencido pelo Brasil

Não se pode duvidar da possibilidade chinesa, pois eles começam os trabalhos pelas raízes, treinando jovens para o domínio de técnicas de qualquer esporte, valorizando os que conseguem resultados. Também o Brasil, que não tinha uma ginástica olímpica e conseguiu resultados expressivos com uma política semelhante, ainda dentro de um programa mais limitado.

Além da maior população do mundo, os chineses possuem uma determinação impressionante, e quando decidem que devem alcançar determinados objetivos, eles mobilizam tudo que é necessário para tanto. Observando países onde o futebol é muito popular, mas que utilizam jogadores provenientes de outras regiões, e não conseguem os melhores resultados, decidiram estimular os seus próprios jogadores, e certamente, além de contratar técnicos estrangeiros, estimularão intercâmbios com países mais tradicionais nesta modalidade esportiva.

Tudo isto pode contribuir para que técnicos brasileiros passem a trabalhar na China, e pode-se esperar a presença de equipes chinesas jogando com as brasileiras, o que pode dar um intercâmbio interessante. Mas espera-se que os brasileiros não ensinem o “pulo do gato”, pois isto pode acabar prejudicando as pretensões brasileiras de continuar com o futebol mais criativo e bem praticado do mundo.


2 Comentários para “China se Prepara Para a Copa do Mundo no Brasil”

  1. Jose Comessu
    1  escreveu às 23:45 em 25 de junho de 2010:

    Mas como ¨não ensinar o pulo do gato¨. Um treinador profissional tem a obrigação de ensinar tudo. O Zico é um exemplo, ensinou os jogadores japoneses a bater falta e não a ficar corrento feito barata tonta.

    Seu Paulo, deixa de ser ufanista…

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 04:21 em 26 de junho de 2010:

    Caro Jose Comessu,

    Todos os esportes são controvertidos, principalmente o futebol. No caso brasileiro, parece que conseguimos conciliar uma miscegenação de DNA que nos permite conciliar força física, criatividade e dedicação, quando o técnico permite. Acredito que os asiáticos, como japoneses, coreanos e agora os chineses contam com velocidade e muita dedicação, mas não possuem a "ginga" que herdamos as influências africanas, que faz parte da nossa criatividade. Conheço a China onde trabalhei, e eles possuem uma miscigenação de muitas etnias, mas todas asiáticas, até árabes, mas não africanas. De qualqueer jeito, acho que haverá muitas oportunidades, pois diferentes dos japoneses, não acho que os chineses vão aceitar a "nacionalização" de jogadores africanos ou sul americanos. Por incrível que pareça, a constituição física dos asiáticos é diferente dos africanos e outros ocidentais (temos um intestino mais longo, os nossos quadrís são mais baixos em média) favorecendo esportes como o sumo, onde estas características são importantes. Viva a diversidade e a vinda da China vai ser interessante, como tem sido em outros esportes.

    Não se trata de ufanismo, pois tenho críticas, tanto para a falta de dedicação, como a imposição de formas de jogar fora das nossas características.

    Paulo Yokota


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