Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Comportamento das Empresas Asiáticas

4 de junho de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Empresas | Tags: , ,

Procurando acompanhar o comportamento de diversas empresas asiáticas, nota-se uma tendência cada vez mais acentuada na procura diversificada de suas presenças produtivas e operacionais em diversos países, notadamente na Ásia. Que continua apresentando um crescimento acentuado, com destaque para a China e a índia, mas se espalhando por outros vizinhos.

Comportam-se como se fossem indiferentes, e estivessem dentro de um mesmo país, com pequenas diferenças regionais. Ainda que as moedas sejam diferentes, observa-se que este comportamento é possível, pois seus juros e impostos costumam ser baixos, e as tarifas continuam caindo com o crescente estabelecimento de acordos de parceria econômica ou de livre comércio. As empresas procuram os mercados mais promissores, levando em conta os custos dos salários, que ainda apresentam diferenças, mas estão se atenuando.

Onde os salários são elevados, como no Japão ou Hong Kong, há uma crescente expansão de suas empresas em outros países asiáticos. O mesmo continua ocorrendo com empresas norte-americanas e europeias, pois também os custos de logística continuam em queda, e as comunicações permitem decisões “on time”, apesar das diferenças de fusos horários.

É evidente que as culturas vigentes em cada país continuam diferenciadas, mas o aprendizado continua avançando, com o uso de recursos humanos habilitados em diversos idiomas. Ainda que não seja uma realidade, há muitos aspectos que lembram a Comunidade Europeia, com os executivos operando em mais de um idioma.

Como a Ásia continua com o crescimento acentuado, com seus benefícios se estendendo pelos países asiáticos, se o Brasil desejar continuar se beneficiando do mundo globalizado precisa pensar em novas estratégias. O país conta com recursos naturais e humanos para tanto, faltando incrementar os seus conhecimentos das culturas vigentes nestes países.

Como os asiáticos costumam se diferenciar dos ocidentais, o Brasil deve tirar o maior proveito da diversidade de sua população que recebeu contribuições de muitos imigrantes. A presença de árabes, coreanos e japoneses é expressiva. Com os hindus, é possível entender-se em inglês, ainda que tenha diferenciações. A dos chineses é modesta, e muitas dificuldades ainda serão enfrentadas.

Até agora, a maioria dos contatos está sendo feito em inglês, mas deve-se ter a consciência que a longa história do imperialismo inglês deixou sequelas, bem como as incômodas presenças norte-americanas, que sempre geram contrariedades. Quando tudo está evoluindo positivamente, muitos “engolem cobras e lagartos”, mas só se concentrando nos lucros. Nos momentos de recessão, que é da natureza das atividades econômicas, nem sempre as parcerias são solidárias.

É preciso considerar que nem todos os descendentes de imigrantes possuem a cultura dos países dos seus antepassados, conhecendo os costumes empresariais destas regiões, exigindo cuidados nos seus usos. E os executivos expatriados para a América do Sul, regra geral, não possuem o conhecimento das culturas locais, e esperam ser removidos, o mais rapidamente possível, para onde as suas experiências sejam mais benéficas para suas carreiras. Principalmente porque os países sul-americanos são os localizados mais distantes de suas áreas de origem.



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