Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Grandes Projetos na Berlinda

30 de junho de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: , ,

Entre as mudanças provocadas pela recente reunião do G20 está enfatizada a necessidade de conter o rápido crescimento do endividamento público dos diversos países, que apresentam consequências imediatas para o Brasil e outros países emergentes. A política antirrecessiva que estava sendo aplicada em importantes países deu lugar à preocupação com o endividamento e restrição dos gastos, inclusive dos investimentos.

Os recursos que países industrializados estavam utilizando para promover projetos de infraestrutura em muitos países emergentes já estão sofrendo revisões, concentrando-se nos que apresentam elevados retornos. Tudo indica que os créditos disponíveis ficarão mais restritos, e somente aqueles projetos que contarem com recursos locais terão maiores chances de continuar a ser implementados.

O jornal econômico japonês Nikkei publica um artigo sobre estas mudanças. No Vietnã, um projeto de trem rápido com os japoneses acaba de ser rejeitado pelo Parlamento. Os projetos semelhantes no Brasil, apesar da Copa do Mundo e das Olimpíadas, podem sofrer atrasos, até porque os seus retornos são duvidosos.

Muitos projetos de usinas atômicas que estavam sendo contratados podem sofrer alterações. Os custos de tais projetos estão sendo revistos, procurando reduzir até as suas dimensões, e alongar os prazos de execução. Todos os projetos de energia limpa, que sejam custosos, podem ser adiados.

Os jornais brasileiros também retratam que os recursos disponíveis para os investimentos cogitados pelos candidatos das próximas eleições podem sofrer restrições, a médio prazo. Além da escassez de recursos orçamentários, os financiamentos podem ficar mais contidos, restringindo as obras que estavam sendo planejadas.

É preciso que, quanto antes possível, fique claro as restrições que estão aumentando, de forma a conter o aumento das despesas de custeio, para manter o mínimo indispensável dos investimentos, para superar os gargalos que estão se acumulando, sacrificando o desenvolvimento pretendido.

A festa a que todos se acostumaram no longo ciclo de prosperidade parece ter se esgotado, e só melhorando a eficiência e a produtividade poderá se manter o crescimento, mesmo nos países emergentes, o que é sempre mais difícil. A responsabilidade das autoridades é requerida, para não se criar uma série de obras que ficam paralisadas por muito tempo.



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