Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Avaliação Superficial da Expo Xangai 2010

18 de julho de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: , , , ,

A primeira impressão sobre esta EXPO Xangai 2010 é a sua gigantesca dimensão e a astronômica cifra dos seus visitantes, numa metrópole que passa por uma modernização surpreendente, sob qualquer ponto de vista. Encontrar um espaço como este nesta cidade, nas duas margens do seu principal rio, o Huangpu, é uma tarefa que só é possível na China. Um aeroporto de dimensões chinesas foi concluído recentemente, ligando a cidade por um monorail que levita e atinge a velocidade superior a 300 quilômetros horários em poucos minutos. Um sistema de mais de 400 quilômetros de metrô foi instalado em tempo recorde.

Seria necessária uma semana para uma visita geral, ainda que incompleta. Gastamos mais de duas horas para ingressar e chegar ao Pavilhão do Brasil, diante das filas lentas pelas medidas de segurança, como nos mais rigorosos aeroportos mundiais. A comunicação visual disponível, bem como as informações completas sobre as facilidades para os estrangeiros são difíceis. Os milhares de voluntários se expressam mal em inglês, apesar da sua boa vontade, dando muitas informações conflitantes. É preciso contar com um guia especializado.

O tema “Better city, better life” parece não ter sido atingido por muitos pavilhões estrangeiros. Procura-se apresentar informações sobre os países participantes, o que podem oferecer para os consumidores chineses e atrair turistas para visitá-los. Acaba dando a impressão que se trata de uma gigantesca feira comercial com toques culturais para justificar os pesados investimentos que foram efetuados. Um artigo numa revista informa que é possível conhecer o mundo sem sair de Xangai.

Alguns Pavilhões conseguiram atingir os seus objetivos, como o do México que apresenta os monumentos que indicam a presença dos chineses naquele país muito antes da chegada de Colombo nas Américas. E ele apresenta trabalhos dos seus melhores artistas, como o de Frida, certamente pouco conhecido dos chineses.

A Arábia Saudita procura proporcionar uma visão do seu país como os visitantes estivessem num helicóptero, com a ajuda de especialistas estrangeiros. Todos procuram utilizar técnicas audiovisuais para impressionar os visitantes, contando com o suporte oficial. No caso brasileiro, os interesses dos patrocinadores, estatais e privados, acabaram dominando, pouco apresentando de relacionamentos mais profundos com a China na linha do tema geral da EXPO.

As visitas aos Pavilhões mais procurados exigem reservas com meses de antecedência, e ainda ficam sujeitas às filas intermináveis. Não parece que esta EXPO tenha a capacidade de proporcionar uma antevisão do que ocorrerá nas próximas décadas, como ocorreu em algumas outras.



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