Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Department Stores no Japão

6 de julho de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Empresas | Tags: , , , | 2 Comentários »

Grandes lojas de departamento, conhecidas como Department Stores, eram símbolos do comércio varejista de alto nível do Japão. Nomes como Takashimaya, seculares, davam prestígio aos produtos lá adquiridos nos períodos áureos da economia japonesa. Mas foram atingidos pelas recentes crises, e voltaram a apresentar vendas crescentes, mas sofrem concorrências agressivas de outros retalhistas especializados.

Uma notícia divulgada pelo jornal econômico Nikkei informa que a Takashimaya conseguiu resultados positivos, entre março e maio deste ano, graças a reduções dos seus custos, mas outros retalhistas especializados estão obtendo resultados mais expressivos. Os resultados alcançados não podem ser projetados para o futuro, de forma que suas ações continuam sofrendo nas bolsas de valores.

departamento

Os preços de suas ações tinham subido de forma expressiva no começo deste ano, mas já declinaram da mesma forma, em que pese a recuperação do consumo no Japão a partir de maio último. As vendas da Takashimaya já caíram novamente, enquanto os novos concorrentes especializados ainda mantêm o seu crescimento. Isto deixa um grau elevado de incerteza com relação ao futuro.

O jornalista do Nikkei, Keita Nakahara, expressa a sua opinião que as lojas de departamentos necessitam mudar as suas formas de atuação para poder continuar competindo com estes novos retalhistas especializados.

Parece que o prestígio de suas marcas não é mais suficiente para mantê-los competitivos no mercado, num mundo onde o preço tende a cair, com produtos que apresentam também uma qualidade boa. São indícios de que grifes já passaram de sua época áurea, o que pode acontecer, também, no resto do mundo.


2 Comentários para “Department Stores no Japão”

  1. Roberto Tongu
    1  escreveu às 05:10 em 11 de julho de 2010:

    Esqueceram de avisar o falecido de que ele morreu. Os department stores fazem parte de um passado que não volta mais. Não no formato em que conhecemos. Há no meu ver dois fatores contribuindo para isso.

    O primeiro é a “motorização” da sociedade. Ao invés de ir de trem ao metrô ao department store no centro da cidade, o cidadão prefere ir de carro ao shopping mall da periferia.

    Numa atitude tipicamente japonesa, o pessoal do varejo entendeu e se adaptou bem e rápido a essa situação. Hoje em qualquer cidade grande e média há shopping mall de grande porte. São bonitos, limpos e nota-se um forte influência dos contrapartes americanos no design do mall. E, contrariando o cliche, são mais espaçosos (loja e estacionamento) do que os brasileiros.

    Os supermercados de porte quando montam loja nova hoje montam como shopping mall onde o supermercado é a loja âncora.

    O segundo é que a percepção do consumidor quanto ao valor de mercadoria mudou. Se antes era chique dar um presente com embalagem de um department store, hoje pouco gente dá bola pra isso; o consumidor viu que pagar mais caro por um ambiente high class quando paga mais barato pelo mesmo produto no outro lado da rua é non sense.

    O interessante da coisa é que a indústria de department store é totalmente desarticulada e sem imaginação, como sugere o artigo do Yokota acima. Continuam trabalhando como ha 4 décadas atrás, culpadando a recessão e crise do momento.

    Como extensão, o “shotengai” perto da estação de trem também está morrendo. Ainda existe, mas perdeu o vigor e ninguém quer ser pego morto comprando nessas lojas.

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 17:08 em 12 de julho de 2010:

    Caro Roberto Tongo,

    Muito obigado pelas suas ponderadas obsrvações. Estou no Japão para observar estas novas realidades.

    Paulo Yoota


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