Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Manchetes que Podem Induzir a Interpretações Erradas

5 de julho de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Intercâmbios | Tags: ,

O jornal O Estado de S.Paulo publica hoje uma interessante matéria da jornalista Paula Pacheco com o título “Na China, Brasil vai além da commodity”, que dá uma ideia promissora. No entanto, verificando o texto e o gráfico anexo, verifica-se que os agregados semimanufaturados e manufaturados, de 2005 a 2010, vem perdendo a sua participação, enquanto os básicos continuaram crescendo.

Todos os esforços devem ser feitos para diversificação das nossas exportações para aquele mercado, que apresenta potencialidades. Mas é preciso reconhecer que os fluxos de exportação devem ser estáveis, não se tratando somente de vendas esporádicas, cujas tentativas ainda não obtiveram o sucesso desejado.

Todos sabem que a exportação, tanto para a China como para outros mercados emergentes da Ásia apresentam potencialidades para os produtores brasileiros, mas somos concorrentes em produtos manufaturados. Estabelecer a devida conexão com grupos locais é uma tarefa que demanda muitas negociações e estudos, mostrando que existem vantagens recíprocas.

Não devemos nos contentar em exportar matérias-primais minerais ou agropecuárias, devemos procurar agregar valores com o trabalho de brasileiros, usando a criatividade que nem sempre eles possuem. Com a globalização, sempre haverá possibilidades de alguns modelos serem produzidos num país e intercambiados com outros. Ou que componentes sejam produzidos em países diferentes, mas é preciso investir em conexões que permitam examinar estas alternativas.

Deve-se lembrar de que países industrializados, aparentemente concorrentes, exportam e importam muitos produtos onde seus setores são competitivos, mas não podem produzir tudo, até porque estão se concentrando nos produtos onde possuem vantagens. Isto ocorre na informática, automóveis e eletrônicos.

O Brasil já teve períodos em que exportava muitos componentes de automóveis até para o Japão, para suprir mercados como os norte-americanos e europeus. Sempre existem possibilidades, mas que exigem muito suor e longos entendimentos.



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