Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

América Latina e Ásia

10 de agosto de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Integração | Tags: ,

Javier_Santiso O jornal Valor Econômico de hoje publica um artigo do professor Javier Santiso, da prestigiosa Esade Business School, com este título, fazendo um apanhado geral do crescimento recente dos investimentos chineses na América Latina, ultrapassando os japoneses que ainda estão mais diversificados. É verdade que os investimentos chineses estão ocorrendo em todo o mundo, destacando-se na África, onde procuram assegurar o abastecimento de matérias-primas que necessitam para dar continuidade ao seu processo de desenvolvimento.

Nas últimas décadas, os japoneses estão pouco ativos nesta região, concentrando os seus investimentos nos países asiáticos, inclusive na China, para atenderem as demandas de produtos semielaborados e finais, tanto para atender o mercado local como os destinados a atender suas necessidades.

Como temos assinalado neste site, os aumentos dos investimentos acabam provocando um aumento do intercâmbio comercial. No caso chinês, houve um aumento inicial do suprimento de matérias-primas, tanto minerais como agropecuários, e agora estão aumentando os investimentos industriais, que devem incrementar o comércio. Países como o Brasil já apresentam restrições a alguns destes investimentos, que visam utilizar matérias-primas locais, mas que se deseja efetivar com o uso da mão de obra chinesa. Os países com estágios de desenvolvimento mais acentuados, não permitem a repetição do que vem ocorrendo na África, onde já começam a se observar resistências.

A economia japonesa, nas duas últimas décadas, não vem apresentando um crescimento, ao contrário da estupenda expansão observada na China. Como consequência, sua agressividade no exterior não tem sido vigorosa, e a recente crise que afetou todo o mundo desenvolvido acabou deixando alguns retrocessos. Nas economias emergentes, este impacto foi mais suavizado, inclusive pelo uso do mercado interno, que substituiu em parte a queda das exportações.

Não há dúvida nenhuma que a China se tornou a vedete do mundo atual, e seus acúmulos de divisas externas estão sendo, em parte, transformados em investimentos diretos. Mas sua experiência neste campo ainda é muito recente, devendo enfrentar algumas dificuldades quando de sua maturação. A sua experiência no Sudeste Asiático, como em Cingapura, Tailândia, Hong Kong e Taiwan, utilizando parte dos imigrantes chineses para estas regiões são mais comerciais, financeiras e de serviços. No caso da América Latina, deverá se concentrar na exploração de recursos minerais, produções agropecuárias, indústrias e infraestrutura, que são de natureza mais complexa.

O que se espera que parte seja em “joint-ventures” com grupos locais ou com chineses já residentes na América Latina, que não são muitos. Estes investimentos implicam em enraizamentos locais, que nem sempre são simples.

De outro lado, outros asiáticos também começam a se interessar pela América Latina, como os indianos e coreanos. Mesmo os japoneses devem esboçar uma reação, diante da nova realidade globalizada, tornando a concorrência mais interessante. Ao mesmo tempo, espera-se que alguns latino-americanos também ampliem seus investimentos na Ásia.



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