Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Atual Posição Japonesa no Trem Rápido Brasileiro

12 de agosto de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Trem Rápido | Tags: ,

Os debates da campanha eleitoral expressam a posição oficial da viabilidade do projeto do trem rápido entre São Paulo e o Rio de Janeiro, enquanto a principal candidatura oposicionista coloca que os mesmos recursos poderiam ser utilizados nos investimentos relacionados às expansões dos sistemas metropolitanos das principais metrópoles brasileiras. Entre os potenciais concorrentes, os japoneses expressam, num artigo publicado no jornal Nikkei, as considerações, as questões que estão colocadas.

Os japoneses, que detalharam os seus estudos e solicitaram esclarecimentos adicionais aos termos da concorrência, entendem que as especificações técnicas tendem a seguir as da UIC – International Union of Railways, que divergem das utilizadas no Japão. Elas tendem a beneficiar os projetos que utilizam as da Alstom of France, que tanto atendem as francesas como as coreanas, consideradas nos bastidores estas últimas como as favoritas.

Ainda que o governo brasileiro arque com 10% dos custos do projeto e volumosos financiamentos sejam providenciados pelo BNDES, os japoneses consideram que o critério das tarifas mais baixas, considerado fundamental no edital de concorrência acaba gerando problemas. Os custos dos japoneses estão entre os mais elevados. O atual cenário dos grandes financiamentos internacionais para projetos desta natureza não favorece os consórcios privados, havendo dificuldades para a sua viabilização.

Os projetos chineses e coreanos podem receber um suporte mais firme dos seus governos, ainda que não declarem oficialmente esta posição claramente. Os coreanos, apesar de não contarem com longas experiências na operação destes trens, efetuam a montagem dos vagões desenvolvidos pela Alstom.

A mais longa experiência na operação de um sistema desta natureza é a do Japão, que se orgulha de nunca ter sofrido um acidente. Como seus vagões, cada um deles, possuem um sistema de tração, são considerados tecnicamente mais convenientes para regiões montanhosas, como as que separam o Rio de Janeiro e São Paulo.

Outro aspecto nem sempre explícito nos noticiários são as rendas proporcionadas pelas transformações das estações em importantes pontos de venda, proporcionando ganhos adicionais. Os aproveitamentos imobiliários ao longo das ferrovias, mais nas proximidades das estações, costumam proporcionar substanciais ganhos de capital.



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