Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Estudando o Brasil do Exterior

8 de agosto de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Integração | Tags: , ,

Este site tem insistido no enfoque do conhecimento recíproco da Ásia e da América do Sul sob uma perspectiva ampla, onde a literatura e o cinema também têm um papel relevante. O artigo do último suplemento do Valor Econômico, Eu & Fim de Semana, escrito pela Rachel Bertol, sobre os “Brasilianistas brasileiros”, que está centrado na literatura, é de grande importância para esclarecer este enfoque.

Os antigos brazilianists estrangeiros, em algumas grandes universidades norte-americanas e europeias, estão sendo parcialmente substituídos por acadêmicos brasileiros, principalmente no campo da literatura. Eles ajudam a entender o Brasil, que hoje desperta maior interesse no exterior, tanto do ponto de vista econômico quanto político. Como ajudam a fazer uma análise do país sobre uma perspectiva do exterior, com um enfoque mais abrangente, do ponto de vista sócio-cultural.

Ainda é um processo que mal começou, pois o Brasil não tem uma tradição cultural muito rica nem longa. No caso dos Estados Unidos, segundo o artigo, parece que somos ofuscados, ainda, pela influência mais acentuada dos hispano-americanos. E na Europa, pelos luso-africanos. No entanto, com um enfoque mais abrangente da tradição francesa, foge-se da exagerada departamentalização do conhecimento como dos norte-americanos.

Biblioteca da Universidade de Sophia

É evidente que o interesse maior ainda é econômico e político, o que não foi devidamente analisado no artigo. Os brazilianists de todo o mundo originaram do setor econômico, mas sempre tiveram a capacidade de considerar os aspectos sócio-políticos como relevantes. Sempre se reconheceu que o Brasil recebeu influências variadas, não somente pela sua composição étnica como pela diversidade do relacionamento comercial, financeiro e cultural.

Tudo indica que também na área econômica ocorre um fenômeno semelhante ao que se observa na literatura. Hoje, temos maior número de acadêmicos brasileiros no exterior, bem como em organizações internacionais. A mídia mundial trata um pouco mais do Brasil, e ao lado de aspectos culturais como na música e nos esportes, o país é reconhecido, no mínimo, nos setores especializados pelos seus fornecimentos, não só de matérias-primas como produtos industrializados.

Quando fiz referência a este artigo para um brazilianist japonês, Kotaro Horisaka, ele se interessou imediatamente pelo mesmo. Na Ásia, além da marcante presença brasileira na Universidade das Nações Unidas sediada em Tóquio, com atuação em toda a Ásia, também algumas privadas como a Universidade de Sophia é tradicional no trato de assuntos latino-americanos, tendo perdido recentemente o seu ex-reitor brasileiro.



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