Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

A China Aumenta Seus Atritos Externos

29 de setembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: , , ,

A China é um país que adquiriu recentemente uma importância mundial com sua rápida expansão econômica e conta com uma forte disposição política para usar todo o seu poder, mesmo que isto incomode o resto do mundo. Um interessante artigo do colunista David E.Sanger, do The New York Times, prêmio Pultizer, foi publicado pelo O Estado de S.Paulo de hoje.

A matéria recebeu o título em português “A China e seus novos interesses – Enquanto EUA não definem qual diplomacia adotar, Pequim usa o seu poder e joga duro com vizinhos asiáticos”. Os Estados Unidos e seu presidente já enfraquecido, Barack Obama, pressionam o premiê Wen Jiabao, notadamente com relação ao câmbio chinês extremamente desvalorizado, que provoca um desequilíbrio em todo o mundo, mas só obtêm promessas vagas. Os chineses consideram que adotam uma política indispensável para manter o seu elevado ritmo de crescimento e criação de emprego para a sua população ainda com renda per capita baixa.

China x EUA

Não há dúvida que depois da desintegração da URSS – União das Repúblicas Socialistas Soviéticas o mundo acabou ficando polarizado pelos Estados Unidos, que se enfraqueceram com a recente crise mundial, e a China que continua crescendo a elevadas taxas. É preciso lembrar que a China, em ideograma, significa País do Meio, pretendendo ser o centro do universo, tendo todas as condições para tanto. Mas isto provoca reações naturais dos demais países, ainda que elas sejam diplomaticamente disfarçadas, pois todos têm interesses em se beneficiar da demanda chinesa.

Os países vizinhos são os que sofrem mais diretamente neste processo, como o Japão, que nas últimas décadas se encontra estagnado, tendo algumas disputas territoriais com a China e a Rússia, base das recentes dificuldades com os navios pesqueiros, que provocaram uma assustadora reação chinesa.

A fome de recursos naturais, principalmente energéticos da China para sustentar o seu processo de desenvolvimento rápido, é igualmente terrível, com danos ecológicos evidentes. Avança sobre a Mongólia, como vem fazendo com a África, bem como países asiáticos como o Iraque e Afeganistão, e sua política internacional acaba criando desconfortos como os relacionados com a Coreia do Norte e o Irã.

Ainda que venha adotando uma atitude diplomática com relação aos Estados Unidos, a China nada cede mesmo nos organismos internacionais, e as suas medidas com relação aos seus vizinhos são pesadas. Um país só pode se considerar, segundo Delfim Netto, como realmente independente se o é do ponto de vista energético, alimentar e militar. Os Estados Unidos procuram recuperar a energética e a China a alimentar e energética.

Há, portanto, um desagradável estado de conflito de interesses que pode perdurar por muito tempo, exigindo esforços mundiais de todos os tipos para uma convivência menos desgastantes.



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