Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

A Economia e a Política

19 de setembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: , ,

Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil Todos sabem que os resultados eleitorais são importantes para as atividades econômicas em qualquer país do mundo, desenvolvido ou emergente. E o caso brasileiro não foge à regra. O que vem sendo constatado pelos analistas políticos mais credenciados é que, reciprocamente, a situação econômica acaba influenciando de forma decisiva os resultados eleitorais, como se comprova novamente até o momento, salvo fatos considerados muito graves pela maioria dos eleitores.

Especialistas em ciência política, com boa formação internacional e não engajados em atividades partidárias, analisando muitos casos no Brasil e no exterior, antecipavam há muitos meses que numa economia com crescimento acentuado os candidatos da situação teriam grande chance de obter resultados eleitorais favoráveis, não só para eleições majoritárias como proporcionais.

Muitos duvidavam da capacidade de transferência de prestígio político de um líder do governo que apresenta índices surpreendentes de aprovação popular para um seu candidato. Os estudos sensatos mostram que o contrário seria uma exceção gritante até na história político-eleitoral no Brasil.

Ainda que a oposição procure sensibilizar o eleitorado com problemas no governo, estes parecem só alcançar um segmento da população, com os demais interessados na defesa da situação que conquistaram recentemente. Os veículos de comunicação possuem uma penetração limitada, principalmente os jornais e revistas, pois alcançam pequena parte dos eleitores. Os meios eletrônicos atingem um percentual maior, mas estes parecem estar sendo induzidos nas suas preferências pela situação econômica, que lhes proporcionou melhorias sensíveis recentemente.

O fato concreto é que os interesses econômicos estrangeiros devem se concentrar nestes segmentos emergentes, que ingressaram ou ampliaram o mercado interno e avaliam o governo positivamente, desejando a continuidade da mesma linha política, mesmo que tenham alguns problemas.

Evidentemente, no caso brasileiro, não existe o risco desta tendência se prolongar por muito tempo, como foi no caso mexicano ou de outros países semelhantes. A alternância no poder parece que acabará ocorrendo, ainda que não imediatamente. Na realidade, mesmo em países como o Japão e outros desenvolvidos, com o passar do tempo, os eleitores parecem mudar de aspirações, desejando novidades, o que parece sadio.

Os estrangeiros que possuem interesses em qualquer economia precisam acompanhar a evolução política, pois mudanças podem alterar substancialmente os quadros em que se situam as atividades empresariais.



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