Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Avaliações Comparativas do Brasil, China e Índia

27 de setembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: , ,

Andres Oppenheimer O jornal O Estado de S.Paulo reproduz um artigo do jornalista e comentarista político prêmio Pulitzer, Andres Oppenheimer, do Miami Herald. Ele faz a avaliação de um seminário da Conferência das Américas sobre “Brasil: uma potência em ascensão”, realizado recentemente pelo jornal em parceria com o Banco Mundial que merece atenção. O consenso que existe entre os especialistas de política externa do Brasil ser uma potência emergente do futuro, segundo o autor, depende da sua superação da presunção.

Ele ressalta que o Brasil deve crescer substancialmente neste ano, descobriu o pré-sal, vai realizar as próximas Copa do Mundo e Olimpíadas, podendo se promover em todo o mundo. Revistas importantes como Time e The Economist fazem considerações positivas. Livros que estão sendo publicados nos Estados Unidos concordam com estas projeções otimistas.

O autor ressalta que os participantes registraram no encontro que o Brasil tornou-se um país previsível, onde a política econômica vem se mantendo por cerca de 16 anos, atraindo investimentos internos e externos, não devendo mudar com as próximas eleições. Mas a próxima administração deve enfrentar problemas de defasagem da educação do país e a sua infraestrutura ultrapassada.

Alguns notam que entre os petistas existe um triunfalismo, uma presunção, que não os permitem reconhecer que foram ajudados pelo boom das commodities, mas que a população se mantém calma e até cética, com mais realismo.

O autor, que visitou recentemente a China e a Índia, notou que nestes países existe um reconhecimento que eles ainda se encontram atrás das potências mundiais. Notou que os funcionários do governo estão conscientes que precisam melhorar o sistema educacional, ciência e tecnologia, não tendo notado a mesma humildade entre os brasileiros.

Ele acha que os chineses e indianos estão numa sadia paranoia construtiva, e se o Brasil não adotar uma atitude parecida, evitando a complacência, não poderá se tornar uma potência mundial emergente.

O que se pode afirmar é que alguns segmentos da sociedade brasileira possuem esta consciência, mas ela precisa se tornar um consenso que galvanize todos os setores da população. Pois apesar de possuir obstáculos físicos e naturais menores que os asiáticos, ainda o país não conta com uma bandeira comum, que mobilize todos os recursos disponíveis em objetivos claros de longo prazo.



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