Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Davos de Verão na China

15 de setembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Integração | Tags: , , ,

Evidentemente, mesmo a China não é totalmente avessa às críticas que as empresas multinacionais fazem às suas regras econômicas, ainda que todos estejam ansiosos por se beneficiarem do elevado ritmo do desenvolvimento daquela economia. O premiê Wen Jiabao assegurou que as empresas estrangeiras atuantes naquele país contarão com igualdade de condições com as locais, respondendo a algumas críticas efetuadas por elas, que temem um confronto mais explícito.

Todos sabem que as empresas estrangeiras efetuaram investimentos na China para aproveitar a sua mão de obra barata, e algumas começam a visar o mercado interno que inicia sua expansão. Poucas são as empresas que conseguem lucros naquele país, mas os resultados são obtidos no exterior, quando comercializam os produtos lá fabricados, quer sejam roupas, eletrônicos em seus países de origem ou no mercado internacional.

Wen Jiabao e Klaus Schwab em foto de Yang Shizhong do China Daily

Alguns analistas mais críticos informam que os chineses estão exigindo a patente local para os produtos lá produzidos por empresas estrangeiras, tanto as que são destinadas ao exterior como para o mercado interno. As obtenções destas patentes demoram certo tempo para serem concedidas, pois os chineses repassam toda a tecnologia apresentada no processo para os produtores locais, sem o pagamento devido pelas propriedades intelectuais das empresas estrangeiras.

Muitas empresas estrangeiras constataram que seus produtos já contam com cópias idênticas chinesas, quando passam a produzir na China. Os exemplos são muitos, inclusive com empresas brasileiras que atuam naquele país.

Espera-se que estas distorções sejam corrigidas ao longo do tempo, pois as autoridades chinesas indicam que pretendem proteger as propriedades intelectuais, evitando piratarias que são comuns nos produtos mais simples, como discos, roupas e outros de consumo de massa. Tudo indica que as pressões externas acabarão sendo acatadas pelos chineses, que não desejam dispensar a ajuda externa, nos setores onde ainda não são competitivos, e precisam continuar a criar emprego para sua gigantesca população.

Todo este processo não será tranquilo e muitos atritos deverão continuar a ocorrer, o que aconteceu também em outras economias. Mas o mundo continua a sua marcha, com a convivência de interesses conflitantes, esperando-se que os benefícios de todas as partes sejam superiores às dificuldades enfrentadas.

Mesmo que o desenvolvimento chinês passe por uma ligeira desaceleração, os analistas esperam que a China continue como uma das importantes alavancas da economia mundial no futuro, como já o foi na superação da recente crise universal.



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