Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Projetos de Dois Tipos de Trem no Brasil

28 de setembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Empresas | Tags: , ,

O jornal Valor Econômico publica hoje dois artigos, um do jornalista André Borges sobre a concorrência da ferrovia Oeste-Leste e outro do Fernando Teixeira sobre o fornecimento de trens para o monorail na cidade de São Paulo. A Oeste-Leste ligará inicialmente a cidade de Barreiras, no além São Francisco ao porto de Ilhéus, ambos no Estado da Bahia. Posteriormente, ela será interligada à Ferrovia Norte-Sul, na cidade de Figueirópolis, no Estado de Tocantins. O monorail ligará o bairro de Tiradentes até a estação de Vila Prudente, onde ficará interligado ao sistema metropolitano de São Paulo.

A construção da ferrovia Oeste-Leste foi dividida em sete lotes, com distâncias entre 403 a 740 quilômetros cada. Ela será utilizada para o transporte de minério de ferro existente em Caetité na Bahia, cereais principalmente soja do Oeste baiano, além de açúcar e etanol, criando mais uma opção portuária de importância em Ilhéus. Quando interligada à ferrovia Norte-Sul, poderá transportar os cereais produzidos na região Central do Brasil.

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Os maiores trechos da Oeste-Leste ficaram, até agora, com consórcios liderados pelas construtoras Andrade Gutierrez e Mendes Junior, ficando de fora algumas importantes como a Camargo Corrêa. Mas existe a possibilidade de que elas acabem ficando com novos trechos ainda não licitados, como os que completam a ligação com a Norte-Sul.

Estas ligações são consideradas prioritárias para a integração nacional e fazem parte do chamado PAC – Programa de Aceleração do Crescimento, devendo ser executadas nos próximos anos, prevendo-se até 2018 uma carga estimada em 52 milhões de toneladas.

No caso do monorail, a canadense Bombardier, considerada a maior fabricante de trens do mundo, assinou o contrato de fornecimento de 54 trens, com um total de 378 vagões, como parte do consórcio da qual fazem parte a Queiroz Galvão e a OAS. Ela pretende utilizar sua unidade produtora em Hortolândia, no Estado de São Paulo, que será transformada em um centro de competência do grupo, tanto para concorrer com novos projetos brasileiros como do exterior. Este sistema é considerado mais econômico que o metropolitano, havendo previsão de outros projetos em diversas cidades brasileiras. Do outro consórcio derrotado faziam parte a Hitachi, Mitsubishi, Odebrecht e Camargo Corrêa.

Até agora, as empresas asiáticas, consideradas internacionalmente competitivas, não obtiveram sucesso no Brasil. Parece que contar com unidades produtoras no país proporciona melhores possibilidades nas licitações, além de permitir melhor entrosamento com empresas brasileiras.



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