Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Trem Rápido Chinês se Tornou Competitivo

25 de setembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Trem Rápido | Tags: , ,

Trem rápido chinês O programa chinês de trens rápidos, que pretende instalar mais de 16.000 quilômetros até 2020, uma distância que daria para ir de Beijing até Londres e voltar, permite absorver as tecnologias que obteve no exterior e aperfeiçoá-las, passando a produzir a custos extremamente baixos. O jornal inglês Financial Times, num artigo publicado no Nikkei, escrito pelos jornalistas Jamil Anderlini, de Beijing, e Mure Dickie, de Tóquio, relata que a foto do governador da Califórnia, Arnold Schuwazenegger, ao lado de um destes trens é histórico e irônico, afirmando que eles estão na competição para instalá-los nos Estados Unidos. No passado foi a mão de obra chinesa que permitiu a construção de muitas ferrovias norte-americanas.

Uma estatal chinesa foi obtendo tecnologias da Siemens alemã, da Alstom francesa, da Kawasaki Heavy japonesa e da Bombardier canadense, pois eram condições para fornecerem para a China. Segundo eles, o atual projeto chinês que chega a 380 quilômetros por hora nada tem a ver com os que foram adquiridos que chegavam a 200 quilômetros por hora de velocidade. Este é um exemplo vivo de como os chineses absorvem e aperfeiçoam tecnologias externas, e mesmo que existam algumas contestações, nenhuma empresa estrangeira ousa desafiar a China e perder o seu mercado potencial.

Algumas destas empresas foram advertidas que estavam criando futuros competidores com eles mesmos. Mas não esperavam que num espaço de tempo muito curto estariam disputando com os chineses no mercado norte-americano, bem como em outros mercados externos. Até o mundo emergente está implantando projetos menos poluidores, e exigem transferência de tecnologia para efetuar suas produções próprias. Existem alegações de uso indevido da propriedade intelectual, mas mesmo as grandes empresas do mundo desenvolvido temem mover ações legais que podem perdurar por muito tempo, e prejudicar seus negócios potenciais. Isto acontece, também, em outros setores de alta tecnologia.

Muitas destas empresas estão cogitando se associarem com os chineses para disputarem em conjunto projetos em outros países emergentes, nas mais variadas regiões do mundo, inclusive no Brasil. Alguns alegam que não são bancos, e não conseguem disputar com estatais chinesas que possuem a clara retaguarda do governo, inclusive na mobilização de recursos financeiros.

Muitos analistas, inclusive do Banco Mundial, entendem que tais projetos são políticos, e demonstram o prestígio que proporcionam, nem sempre sendo econômicos. Mas, no futuro, inclusive com outros ganhos como de cargas, há possibilidade que venham a se pagar. É preciso considerar que existem ganhos decorrentes da integração de muitas novas regiões, como já ocorreu no passado, como também a impossibilidade de honrar as dívidas que foram contraídas.

No caso chinês, mais que em outros países, a capacidade do governo subsidiar estes tipos de projetos é muito grande. Outros países também precisam estar preparados para tanto.



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