Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Migração na China Divulgado no Brasil

3 de outubro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: , ,

O jornal Folha de S.Paulo publica um artigo do professor da Universidade de Pequim, Fan Gang, que explica a grande migração que está ocorrendo na China, do Oeste para o Leste. Segundo ele, o atual processo de desenvolvimento chinês ocorre na faixa litorânea daquele país, que é menor do que a brasileira ou hindu. Como ele se processa em decorrência da globalização, as indústrias se instalaram onde havia facilidades logísticas no seu relacionamento com o exterior, mais que as “zonas especiais” criadas pelo governo. No interior, as autoridades chinesas procuram melhorar as estradas, mas ainda a migração do Oeste para o Litoral continua em marcha.

Ao mesmo tempo, há uma migração do meio rural para as cidades. A China tinha uma população dedicada à agricultura, que está passando para atividades industriais e de serviços, transferindo principalmente uma mão de obra de baixa qualificação. O governo procura compensar este desequilíbrio, promovendo investimentos no Interior, onde a agricultura continua predominante, com subsídios como o de transportes. As empresas estrangeiras como as chinesas estão sendo convocadas para efetuar as novas instalações no Oeste.

Migração na China

A migração em massa acaba criando guetos em condições precárias nas cidades chinesas

Estes efeitos locacionais costumam ser importantes na instalação principalmente das indústrias, em qualquer economia. No Brasil, por exemplo, ainda que os incentivos da Zona Franca seja para toda a Amazônia, as indústrias acabaram se concentrando em Manaus, onde já existe uma infraestrutura para atender as necessidades das empresas.

Ainda que existam incentivos fiscais, muitos novos investimentos estão sendo feitos no Estado de São Paulo, mais recentemente, pois os empresários temem que medidas artificiais tendam a não perdurar por muito tempo. Uma eventual reforma fiscal pode reduzir a capacidade de incentivos dos estados.

Além da existência de facilidades logísticas, funciona também a chamada economia de aglomeração, pois outras facilidades como centro de treinamento de mão de obra especializada, fornecimento de energia e água, facilidades de serviços bancários e de seguros, tendem a ser mais abundantes onde existem muitas empresas.

Na faixa litorânea, não basta existir portos, mas o relevante parece a frequência de navios que acabam facilitando o suprimento de equipamentos, matérias-primas, como eventual colocação dos produtos acabados nos principais mercados consumidores.

Existem outros incentivos que acabaram funcionando, como em Cingapura, que utilizando ensinamentos europeus, providenciou galpões onde eram fornecidas facilidades para a instalação de pequenas e médias empresas, sendo que algumas, com o tempo, acabaram ganhando escala.

Em países continentais, como o do grupo que se chamou BRIC, parece que estas medidas governamentais são importantes para as empresas que lá se instalam, principalmente as estrangeiras, que procuram tirar partido dos diferenciais de custo da mão de obra.



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