Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Vale Com Depósito de Minério na China

1 de outubro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Empresas | Tags: , ,

Para a Vale brasileira ser competitiva na China, com relação a outros grandes fornecedores internacionais como os australianos Rio Tinto e a BHP Biliton, precisa contar com um estoque disponível de minérios, principalmente para atender pequenas e médias siderurgias. As grandes costumam firmar contratos de fornecimento de longo prazo, mas as empresas menores usam também os chamados mercados “spots” para atender necessidades eventuais.

O transporte de minério do Brasil até o Extremo Oriente exige mais tempo do que os australianos, e precisam ser feitos em navios de grande porte, normalmente de 400.000 TDW, que reduzem os custos de fretes. Existem outros portos asiáticos, como no Japão e nas Filipinas, que sempre foram utilizadas pelos brasileiros, mas contando com um depósito em Qingdao, na província chinesa de Shandong, ficará mais competitiva, como informou o diretor Jose Carlos Martins, da Vale, aos jornalistas chineses em Dalian, conforme noticiou o China Daily.

Porto de Rizhao, em Shanbdong

No passado, quando a China não contava com terminais marítimos de grande profundidade, a Vale utilizava o porto de Mindanao, nas Filipinas, para navios de grande porte. E utilizava navios de menor porte para abastecer a China e a Coreia. No Japão, sempre utilizou portos como Oita, que servia de contrapartida para os gigantescos, como os de Tubarão e Itaqui no Brasil.

Hoje, a China conta com terminais que se lançam mar adentro, para permitir a atracagem de navios de maior porte, e contam com correias transportadoras para depósitos existentes nas retaguardas dos principais portos. Mantendo depósitos na China, que funcionam como centros de distribuição, além de economizar o tempo de transporte, podem assegurar fretes mais convenientes, utilizando-os quando conta com disponibilidade de navios.

Os preços dos minérios como de outros produtos considerados commodities costumam ser mais baixos quando existem contratos de longo prazo, e o chamado mercado “spot” pode apresentar grandes flutuações. Baixa bastante quando existem excessos no mercado, mas sobem muito quando há uma escassez temporária. Os que especulam com estas flutuações não ficam satisfeitos quando existe um depósito que funciona como regulador.

Estas commodities que possuem qualificações estabelecidas podem ser negociadas em bolsas, até no chamado mercado futuro, e a Vale revela a intenção de utilizar a de Hong Kong, inclusive para captação de outros recursos, para o que está solicitando a autorização das autoridades locais. O mesmo pode acontecer também em Xangai.

A Vale já encomendou 16 navios na China para operar todo este sistema logístico, e deverá utilizar como carga de retorno, entre outros, os carvões minerais asiáticos para abastecer as siderurgias brasileiras.



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