Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Consumo da Classe Média Sustenta a Compra na Ásia

29 de novembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: , ,

Insistimos neste site sobre a importância da classe média asiática, que vem crescendo substancialmente segundo o artigo publicado no jornal econômico japonês Nikkei. Mesmo excluindo o Japão, seu consumo chegou a 16% do PIB mundial em 2009, tendo crescido 9% desde o ano 2000. São, segundo o METI – Ministério de Economia e Comércio Exterior do Japão, consumidores que dispõe de US$ 5.000 a 35.000 que se aproximam de um bilhão somente na Ásia, sem contar os japoneses e nem o Oriente Médio.

São consumidores como os indianos, que estão adquirindo luxuosos automóveis da Mercedes Benz ou japoneses. Só em um único dia, uma loja vendeu 160 destes veículos. Na China onde, atualmente, estes consumidores são mais numerosos, os filhos dos consumidores de classe média adquirem brinquedos eletrônicos japoneses, e seus pais os eletrodomésticos importados ou produzidos pelos chineses.

mercedes

Mercedes Bens: consumo alto na Índia

Há um efeito provocado pela elevação dos ativos, com o aumento adicional de dólares nas bolsas asiáticas, ainda que isto possa ser considerado uma espécie de bolha. Empresas de todo o mundo estão procurando aproveitar este aumento de consumo na Ásia. Um exemplo é uma indústria de bebidas peruana, Peru’s Aje Group, que se instalou na Tailândia em 2006 e vem crescendo suas vendas de Big Cola a uma taxa anual contínua de 30% em termos de volume.

Esta demanda também está gerando pressões inflacionárias. Nas Filipinas, o preço do arroz vem subindo 50% anual nos últimos dois anos. Na Índia, os preços dos alimentos chegaram a subir 14% no atacado neste ano, e na China o preço do açúcar para lá embarcado subiu 25% num mês. Apesar deste crescimento do mercado interno, os preços continuam subindo e podem subir mais, pois no Leste Asiático os consumos locais chegaram a 30% do que produzem, podendo ser comparado com 65% da União Europeia, segundo o artigo. Isto significa que a economia asiática continua dependendo do crescimento das economias europeias e norte-americana.

Apesar das tensões criadas pelos conflitos entre as duas Coreias, os investidores continuam fugindo dos ativos que correm riscos. Se o consumo mundial continuar baixo, muitos asiáticos ficarão desempregados, deixando sua posição de estimulador da economia mundial.



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