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Libertação da Prêmio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi

14 de novembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: , , ,

Todo o mundo saúda a libertação da Prêmio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi (nome que significa literalmente “a brilhante vitória de estranhas conquistas”), heroína de Mianmar, também conhecida como Burma em muitos países. Ela foi liberada da prisão a que estava submetida arbitrariamente por 16 anos descontínuos, parte na forma residencial. Ela recebeu o seu prêmio por lutar pela volta da democracia no seu país pela não violência, um país que prima pela arbitrariedade dos seus militares que se encontram no poder. Como a notícia saiu em todos os jornais importantes internacionalmente, utilizamos parte dos dados publicados pelo jornal inglês Financial Times, pelo jornalista Tim Johnston.

Ela é filha do general Aung San, também considerado herói nacional por ter conseguido a libertação do seu país do colonialismo inglês. Ela estudou filosofia, política e economia na prestigiosa Universidade de Oxford, na Inglaterra, entre 1964 a 1967, e casou-se com o acadêmico inglês Michael Aris, que conheceu naquela escola superior. Ela foi presa pela primeira vez em 1989 pela Junta Militar por ser a favorita nas eleições do ano seguinte, que o seu partido, Liga Nacional para a Democracia, ganhou fragorosamente, mas não o levou ao poder.

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Mais de cinco mil pessoas foram saudar a Prêmio Nobel em sua casa. Foto France Press

O Prêmio Nobel da Paz de 1991 foi concedido a ela pela luta para a volta da democracia com o princípio da não violência, já quando estava presa, não podendo comparecer naturalmente à cerimônia da sua entrega. Em 1995, voltou a ser condenada à prisão domiciliar por seis anos, que foi prorrogado por mais 18 meses em agosto de 2009. A tudo suportou com a convicção dos princípios da não violência, despertando a merecida admiração de todo o mundo, expresso pelos líderes políticos internacionais mais destacados.

Evidentemente, esta libertação significa que a pressão da opinião pública mundial constrange os líderes militares que continuam no poder em Mianmar. Não se pode esperar na volta imediata daquele país ao regime democrático, mas mostra que algo semelhante vem acontecendo em muitos países do mundo. O próprio conceito de democracia varia de cultura nas diversas regiões do mundo, não sendo um consenso o que derivou das revoluções americanas e francesas.

Mesmo muitos que estão a aplaudindo utilizam a força militar para ocuparem outros países com argumentos diversos, o que não pode ser considerado exatamente democrático. Ainda assim, e mesmo com todos os defeitos que possam existir, parece o regime que deve ser considerado o mais adequado para os diversos povos. Que as lições pregadas por Aung San Suc Kyi continuem se propagando por todo o universo, pois ela é hoje uma das poucas que podem ser consideradas verdadeiras heroínas mundiais.



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