Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Globalização e Diferenças Culturais

27 de dezembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais | Tags: , ,

O atual mundo globalizado apresenta desafios que necessitam ser superados. Os econômicos são mais facilmente aceitos, mas os que envolvem as culturas e as religiões dos diversos povos são mais difíceis, pois, além de serem compreendidos pelo intelecto, necessitam ser aceitos pelas emoções que despertam nas pessoas, que dependem menos da racionalidade, mais da fé. Quando a China começa a ocupar uma posição de destaque no mundo, é indispensável que haja adaptações, não só da parte dos chineses, como do resto do Planeta.

Neste final do ano, há que se entender que o Natal é um evento de elevada importância para os cristãos, mas os não cristãos são mais numerosos no mundo. O seu sentido comercialmente deturpado acaba sendo difundido mais rapidamente, mas a sua compreensão religiosa apresenta dificuldades imensas. De forma semelhante, o ano gregoriano predomina no mundo oficial, mas numa parte substancial do mundo, o ano lunar é que é comemorado, como na China, em 17 de fevereiro próximo, quando começa o ano do coelho.

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Véspera do Ano Novo chinês em Meizhou. Presépio representando nascimento de Cristo

 

O jornal China Daily informa sobre os esforços que foram efetuados no Beijing Foreign Studies University para comemorar o Natal com os estrangeiros, que vem se repetindo ao longo de muitos anos, com um banquete. Informa-se que a tolerância com as diferentes religiões está se disseminando naquele país. Já informamos neste site que o Natal não é feriado em muitos países, sendo um dia útil comum, quando em alguns países de predominância cristã, a sua preparação é feita com cuidado, infelizmente com ênfase no aspecto comercial. Evidentemente, esta adaptação não é fácil, mas as minorias costumam ser mais dedicadas, procurando preservar os verdadeiros valores destas datas, voltando aos aspectos religiosos.

O que parece necessário conceder é que os chineses tiveram a capacidade de absorver muito do budismo que foi para a China da Índia, de onde se espalhou por outros países asiáticos, como a Coreia e o Japão. Teve a capacidade de se integrar com conhecimentos do confucionismo e do taoísmo. Sendo um país formado por muitas etnias, conta com parte da população muçulmana e cristã, com diferenças regionais acentuadas.

O artigo do China Daily cita Paulo Coelho, considerado embaixador da paz pela ONU. E procura enfatizar que não haverá um conflito eminente da civilização chinesa, da católica romana, da islâmica ou da hindu. Destaca que os festivais ligados a estas datas ajudam a aumentar os conhecimentos recíprocos.

O que se espera é não se restringirem aos aspectos folclóricos, mas que sejam instrumentos para aumentar a compreensão entre os seres humanos, sem nenhuma tentativa de impor hegemonias de qualquer natureza sobre outros povos. Não há dúvida que existem espaços para absorver as contribuições de todos eles.



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