Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Dois Exemplos do Intercâmbio Sino-Americano

29 de janeiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: , , | 2 Comentários »

Em que pesem as naturais dificuldades de intercâmbio científico e tecnológico entre a China e os Estados Unidos, há que se admitir que os norte-americanos são ousados no incentivo de projetos inovadores que superam as resistências, prestigiando as iniciativas de competentes empreendedores, mesmo que envolvam os chineses que estão competindo com eles na vanguarda de muitos conhecimentos. O Financial Times relata sobre o projeto de um fabricante de lâmpadas de luz com baixo consumo de energia emitindo diodes (light bulbs that use low-power light-emitting diodes), na linha de tecnologias verdes no Vale do Silício. E o The New York Times sobre uma odisséia sino-americana na construção de um melhor mapa genético dos ratos.

Estas notícias vêm no rastro da visita do presidente chinês Hu Jintao aos Estados Unidos, marcado por declarações preocupantes sobre a atual rivalidade entre os dois países que disputam a liderança das inovações nas pesquisas e tecnologia.

President Barack Obama talks with Chinese President Hu Jintao during the morning plenary session of the G-20 Pittsburgh Summit at the David L. Lawrence Convention Center in Pittsburgh, Penn., Sept. 25, 2009. (Official White House Photo by Pete Souza)

Presidente da China Hu Jintao ao lado do presidente norte-americano Barack Obama

Certamente quando se pretende aproveitar as melhores condições disponíveis nos Estados Unidos e na China aparecem as disputas sobre os empregos num país ou no outro. Ainda que os projetos pretendam criar empregos nos Estados Unidos, muitos acabam só se viabilizando aproveitando as condições mais competitivas da China.

O fabricante norte-americano é a Bridgelux, que aproveita as áreas básicas de pesquisa do Vale do Silício, mas a viabilidade econômica da produção industrial acaba ocorrendo na Ásia. Mesmo ampliando o emprego nos Estados Unidos, o grande aumento de empregados acaba ocorrendo na Ásia. Eles não podem somente projetar os produtos, mas fabricá-los onde seus custos são mais baixos.

As autoridades norte-americanas continuam dotando estes projetos de recursos oficiais, que vêm do departamento de energia. O mais dramático está ocorrendo no aproveitamento da energia solar, onde as produções acabam se deslocando para a China.

O projeto relatado pelo The New York Times envolve o cientista de origem chinesa naturalizado norte-americano, Dr. Xu Tian, da Universidade de Yale, que está se dedicando parte do tempo à Fudan University, em Xangai. Ele é um cientista geneticista world class, e recebe suporte do Howard Hughes Medical Institute. Mas ele é também o codiretor do Fudan Institute of Developmental Biology and Molecular Medicine.

Yale e o Hughes Institute terceirizaram o projeto de genoma onde os laboratórios podem ser construídos mais rápidos e baratos. Dr. Xu Tian teve uma carreira complicada, pois seus pais foram atingidos pela Revolução Cultural. Ele teve que lutar muito nos Estados Unidos para consolidar o seu prestígio, e espera que mais chineses possam fazer o mesmo na própria China.

Autoridades norte-americanas acreditam que a ciência não é um jogo de soma zero e Dr. Xu Tian acredita que as autoridades chinesas não devem interferir, imitando os norte-americanos. Eles ainda suspeitam dos norte-americanos, mas integrar a China na sociedade internacional será fantástico, sendo benéfico para o mundo, para o país onde ele nasceu, como para todos, segundo este notável cientista.


2 Comentários para “Dois Exemplos do Intercâmbio Sino-Americano”

  1. Egito for perfectionists | Twitter Trending Topics
    1  escreveu às 21:40 em 29 de janeiro de 2011:

    […] Dois Exemplos do Intercâmbio Sino-Americano » Asia comentada […]

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 05:57 em 30 de janeiro de 2011:

    Obrigado pela menção.

    Paulo Yokota


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