Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Abundância de Informações

26 de fevereiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: , , , ,

Os principais órgãos da imprensa internacional, agências de informações e revistas estão divulgando tantas análises relevantes que se torna difícil selecionar os que poderiam ser os prioritários. São sinais evidentes que o mundo passa por um período de grandes transformações, sobre as quais ainda não temos a perspectiva histórica para avaliar suas importâncias. O mundo emergente ganhou uma atenção que poucas vezes mereceu, com destaque para na Ásia, com a China e a Índia, mas envolvendo também o Brasil, nas Américas. Os países industrializados procuram escapar das tendências às suas estagnações, com aumento de suas populações idosas. Inovações tecnológicas estão aceleradas. Desequilíbrios surgem, pois as evoluções de todos não conseguem ser simultâneas.

O sistema de mercado indica que os preços dos alimentos e as principais matérias-primas industriais, da energia aos produtos siderúrgicos, acusam altas estimulantes que devem provocar novas iniciativas para ampliar suas produções, que podem levar alguns anos. Ao mesmo tempo, as disseminações das recentes inovações tecnológicas na área da comunicação aumentam os anseios de liberdade de povos que viviam sob autoritarismo, provocando turbulências que elevaram os riscos, sem permitir que se avalie como se propagarão pelo mundo. Como ensina um ditado chinês, os períodos de mudanças também são de oportunidades.

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População egípcia foi às ruas para exigir mudanças e derrubou o ditador Mubarak

O Brasil está numa situação relativamente confortável. Já vinha consolidando o seu regime democrático, com eleições livres e mandatos limitados dos seus governantes. Tornou-se autossuficiente em energia e alimentos, contribuindo para o suprimento mundial de muitas matérias-primas utilizando suas reservas minerais. Passa por um crescimento razoável, ainda que tenha problemas nas áreas de educação, saúde e segurança pública que procura melhorar. Melhorou sensivelmente a distribuição de renda, com novos contingentes de sua população participando do mercado consumidor.

O novo governo mostra-se preocupado com a continuidade do que se vinha fazendo no passado recente, dando suas marcas próprias. Prioriza a eliminação da pobreza, preocupa-se com a inflação e procura um equilíbrio de suas contas públicas, e um relacionamento equilibrado com todos os países do mundo, atendendo os principais anseios de sua população. Os recursos disponíveis são sempre escassos, inferiores aos que seria desejável, o que leva a estabelecer prioridades, ainda que não agradem a todos.

Conta com os recursos naturais indispensáveis para aumentar a sua produção de alimentos como de minérios, podendo colaborar para suavizar alguns problemas mundiais e gerar divisas adicionais para atender as suas próprias necessidades. Mas nem tudo está perfeito, pois os impostos e os juros continuam elevados, e o câmbio não permite a manutenção da competitividade de muitas de suas indústrias no mercado internacional. Cautelosamente, vai se corrigindo estas distorções, mas tudo exige tempo.

No campo da política internacional, evolui cuidadosamente para consolidar a importância que conquistou no cenário mundial. Ainda que os Estados Unidos mereçam reparos, continua sendo a potência econômica, militar e política mais importante do mundo e o seu presidente Barack Obama visitará o Brasil em busca de maior sintonia para enfrentar os problemas mundiais.

Brevemente, a presidente Dilma Rousseff deverá visitar a China, que se tornou a maior parceira comercial do Brasil e continuará demandando mais dos nossos produtos agropecuários e minerais. Com a diversidade de correntes políticas neste país, nunca haverá uma unanimidade, mas tudo indica que a grande maioria da população continua apoiando as linhas básicas optadas pelo governo. Que saibamos tirar bom proveito deste momento de grandes transformações, proporcionando melhor nível de bem-estar para toda a sua população.



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