Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Déficit Comercial Chinês

10 de março de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: , ,

Para surpresa de muitos analistas a China registrou em fevereiro um expressivo déficit de cerca de US$ 12 bilhões em fevereiro último, o maior desde fevereiro de 2004. Os feriados do Ano Lunar afetaram as exportações que ficaram abaixo do esperado, e os analistas entendem que este resultado é temporário, devendo se retornar à tendência de elevados superávits, conforme registrou o site da IG, mas também foi noticiado nos principais jornais do mundo, inclusive o China Daily.

O déficit é um resultado positivo para as autoridades chinesas, ajudando a reduzir a pressão que sobre de muitos países para uma valorização do seu câmbio. As exportações cresceram somente 2,4% com relação ao mesmo mês do ano passado, ficando bem abaixo dos 26,2% previstos. Também as importações cresceram 19,4% quando se esperava 32,3%.

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Imagens do Porto de Xangai

Para uma conclusão mais cuidada, muitos analistas estão juntando os dados do bimestre janeiro e fevereiro, quando as exportações cresceram 21,3% em termos anuais e as importações 36%, que são superiores aos de dezembro do ano passado. Ainda assim, os saldos comerciais ficaram negativos, mas próximo do zero.

Não há dúvidas que a economia chinesa está crescendo mais rapidamente em função da expansão do mercado interno, que implica em importações mais ativas, até porque o mundo continua com um crescimento baixo, absorvendo pouco das exportações daquele país.

As medidas que estão sendo discutidas no Congresso do Povo para o quinquênio 2011-2015 preveem um crescimento econômico mais moderado, em função dos problemas inflacionários bem como necessidade de preservação do meio ambiente.

A recuperação do mundo industrializado começa a acelerar-se, mas sem grande agressividade, e os problemas no mundo árabe devem manter os preços das energias elevadas, apresentando problemas para os países importadores. A China, com o vigor do seu crescimento passado, vinha demandando muito petróleo importado, pois o que eles dispõem são pesados, mais poluentes.

De qualquer forma, deve-se aguardar um equilíbrio melhor das balanças comerciais de muitos países com a China, o que ajudaria o resto do mundo na sua recuperação, gerando menos atritos com os chineses.



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