Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Nióbio Brasileiro com Participação Asiática

4 de março de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: , ,

O nióbio, produto pouco conhecido pelos leigos, tem sido um dos mais importantes no intercâmbio bilateral do Brasil com o Japão por muitos anos, e agora ele expande a sua influência pela Ásia. O Valor Econômico e muitos importantes jornais no mundo anunciam que um importante consórcio asiático de japoneses e coreanos adquiriu 15% do capital da CBMM – Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração, produtora e exportadora de nióbio, pertencente ao grupo Moreira Salles.

Este produto vem sendo explorado em Araxá, Minas Gerais, e é utilizado pela indústria siderúrgica para aumentar a resistência, tenacidade e leveza do aço. Por décadas, os japoneses são os clientes tradicionais, tendo sido suplantados em volume pelos chineses recentemente. Esta participação do consórcio nipo-coreano é justificado pelos aperfeiçoamentos tecnológicos que podem acelerar, o que pode beneficiar até o pré-sal que, dada a sua profundidade, vai exigir aços de grande leveza.

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A tradicional empresa brasileira CBMM – Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração tem sido importante no intercâmbio com as siderurgias japonesas, suas clientes de longa data, e vem prestando seu patrocínio para algumas exposições do Instituto Tomie Ohtake, mostrando sua sensibilidade para aspectos culturais. O seu valor total foi estimado em US$ 13 bilhões.

Esta participação do consórcio formado por importantes empresas e organizações japonesas, como a Nippon Steel, JFE, Sojitz e a Jogmec – Japan Oil, Gas and Metals National Corp. (uma agência estatal), e as coreanas Posco e o fundo de pensão estatal NPS, indicam um forte engajamento no desenvolvimento tecnológico do Japão e da Coreia com o Brasil, devendo ser encarado com o maior entusiasmo e potencial.

Aços especiais são de crescente uso nas novas tecnologias, principalmente pela sua leveza. As pesquisas que estão sendo efetuadas no Brasil para o suprimento das explorações do pré-sal podem receber também os seus benefícios.

As ampliações das explorações de nióbio terão mercado assegurado, pois os coreanos e os japoneses estarão competindo com os chineses. Estes minérios serão utilizados em oleodutos, gasodutos, pontes, edifícios, cápsulas espaciais, mísseis, foguetes, reatores nucleares, torres eólicas, supercondutores e ressonância magnética, informam fontes da CBMM.

As indicações são, portanto, que além do comércio internacional, o Brasil estabelece fortes laços de desenvolvimento tecnológico com a Ásia, tendo a participação governamental via agências oficiais do Japão e da Coreia. São motivos de grande regozijo e aplausos aos empresários envolvidos bem como as autoridades.



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