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Mobilização Surpreendente de Voluntários

22 de abril de 2011
Por: Naomi Doy | Seção: Notícias | Tags: , , ,

O Centro de Ajuda Voluntária de Tóquio, em Shinjuku, visando gente que trabalha em seus afazeres normais, mas almeja poder fazer trabalhos voluntários, abriu inscrição para 200 pessoas interessadas em se engajar no feriado do Golden Week (que emenda alguns feriados japoneses). A tarefa principal é para ajudar na remoção de escombros e lama em cidades do litoral leste atingidas pelo tsunami. O anúncio, colocado na internet do dia 20 último, teve 600 inscrições nos primeiros 10 minutos, o que levou o Centro a interromper as inscrições para fazer uma primeira seleção. As condições básicas desejáveis são: ter tido experiência de ajuda voluntária em desastres naturais; ter carteira de motorista; ter condições de saúde para enfrentar jornada dura.

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Escolhidas as 200 pessoas, o Centro colocou pedido para que os outros interessados se mantenham em comunicação, pois se trata de contingência em que a ajuda necessária deverá se prolongar por meses, e poderão ser requisitados em futuras levas.

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Logo nos primeiros dias após 11 de março, os centros de desabrigados das cidades devastadas tiveram que “rejeitar” ajuda de centenas de voluntários independentes que acorriam de outros locais e regiões. Apesar da angustiante necessidade de ajuda de mão de obra extra, eles não tinham como acolher voluntários vindos de longe. Muitos vilarejos e cidades, além de terem sedes da prefeitura e conveniências destruídas, tiveram funcionários, legisladores e até prefeitos mortos no desastre. Ficaram nas mãos da população comum os primeiros socorros às vítimas. Mal tinham como abrigar e alimentar todos os sobreviventes, como poderiam arcar com voluntários independentes? Até começar a chegar socorro oficial e voluntários organizados, demorou dias. Ironicamente triste, é certo que nesse meio tempo, voluntários independentes de outros locais, até do estrangeiro, inexperientes em catástrofes, se tornaram “incômodos” para residentes locais.

Entidades como a NPO-Youth Vision, fundada em 1996, têm contato com 120 centros de voluntários em universidades através do Japão. Quando as comunidades de Tohoku, nordeste do Japão estão gradualmente se encaminhando para a recuperação, e algumas finalmente têm infraestrutura capaz para acolher ajuda voluntária, o número de jovens voluntários se dirigindo para estas regiões também está aumentando. O que todas as ONGs enfatizam é que a comunicação é a chave para a mobilização em situações como a que atingiu o Japão: saber exatamente o que e que tipo de ajuda cada área necessita. Evitar que se aja segundo o impulso de cada um.

A ideia de ativar participação de estudantes cresceu após o grande terremoto de Hanshin (Kobe) em 1995, quando universidades e o Ministério da Educação se sentiram encorajados a implantar medidas para permitir que jovens pudessem oferecer ajuda. Hoje, muitas universidades incentivam o trabalho voluntário como experiência de aprendizado digno de mérito, e estudam conceder créditos acadêmicos àqueles que desejem fazer parte. Porém, mais do que tais créditos, governos federal, provincial e prefeituras se preocupam com as condições físicas dos jovens, concernentes a “aftershocks”, ameaças de novos tsunamis e perigo de vazamentos radioativos. Como relata Kiyotaka Akazawa da NPO-Youth Vision ao The Japan Times, as universidades precisam preparar também condições para os jovens trabalharem, pois algumas cidades, como Kesen-numa, Miyagi, tão duramente atingidas pela devastação, ainda não estão recuperadas a ponto de, por si sós, receber ajudantes de fora.

Para saber mais sobre voluntariado, o site oficial oferece atualidades: HTTP://www.jpn-civil.net/



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