Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Notícias Empresariais do Japão e da China

11 de junho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: , , , ,

Segundo o jornal econômico Nikkei, a Hitachi anuncia uma nova visão estratégica para se tornar uma participante global no mercado de infraestrutura social, competindo com empresas como a General Eletric e Siemens, principalmente no Sudeste Asiático, inclusive em tecnologia de informações e materiais de alta performance, quando antes estava focada na energia nuclear. O mesmo jornal informa que a Komatsu, diante da redução do ritmo de investimento chinês na construção, está voltando seus equipamentos para o mercado de mineração. As suas vendas de escavadeiras hidráulicas, que vinham crescendo cerca de 42% anual no começo do ano, caiu para 8% em abril e em maio reduziu-se em 39%, uma mudança típica da indústria de equipamentos pesados.

Este desaquecimento da economia chinesa vem sendo sentida também pelas suas pequenas e médias empresas, como noticia o Financial Times. Elas sofrem um aperto financeiro pior que na crise financeira global de 2008. Ao mesmo tempo, o China Daily informa que em 2012 a China ocupará a posição do Japão como a maior consumidora mundial de produtos de luxo.

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Desde os problemas das usinas nucleares de Fukushima Daiichi, o mercado mundial das mesmas sofreu uma desaceleração brusca, exigindo que as empresas que estavam focadas neste setor tenham que promover modificações drásticas nas suas estratégias, o que acontece com muitas empresas japonesas como a Hitachi, Toshiba e Mitsubishi Heavy.

Com o suporte de agências governamentais, elas pretendem atender as demandas de projetos de infraestrutura social, notadamente na Ásia, mas encontram concorrentes locais nas mais avançadas, como a China e a Índia. Acabam dando prioridade onde conseguem relacionamentos adequados com as autoridades locais, notadamente no Sudeste Asiático.

Como a China está sendo obrigada a desacelerar o seu crescimento com os problemas inflacionários e de meio ambiente, empresas que forneciam equipamentos que não tinham concorrentes locais, com a Komatsu, estão se voltando para a área de mineração, pois os chineses estão necessitando de minérios para prosseguimento do seu desenvolvimento.

Simultaneamente, com as restrições de crédito que estão ocorrendo na China para combater a inflação, suas pequenas e médias empresas que estavam sendo sustentadas pelo suporte do seu acelerado desenvolvimento acabam sofrendo problemas de ajustamento, que são sempre difíceis. Mesmo com a desaceleração, quando comparados com países industrializados como o Japão, aqueles que ascenderam economicamente acabam adquirindo produtos de luxo, dado o agravamento na distribuição de renda, provocando um tremendo movimento que aparenta ser paradoxal. Parte desta demanda decorre da fuga de ativos financeiros que apresentam dificuldades, com as incertezas relacionadas ao câmbio. Os chineses sempre procuraram defesa na aquisição de produtos de alto valor, como as joias.

Existe também um comportamento típico de “novos ricos”, informando-se que os chineses adquiriram cerca de US$ 50 bilhões de produtos de luxo na Europa em 2010. Isto também ocorreu em função de um forte yuan e um enfraquecimento relativo do euro, segundo a pesquisa efetuada pela Associação do Mundo de Luxo (World Luxery Association).

Todos estes dados indicam que mudanças aceleradas estão ocorrendo, exigindo das empresas uma elevada capacidade de ajustamento às novas condições, com grandes diferenciações setoriais.



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