Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Novas Evoluções nas Tensões Asiáticas

7 de junho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias | Tags: , ,

Ainda que não sejam assuntos construtivos, mas preocupantes, estamos postando neste site os relacionados com a defesa asiática e o avanço da China, notadamente nos oceanos que cercam aquele gigantesco país, tanto para o lado do Pacífico como do Índico por serem relevantes para a paz mundial. Tudo indica que as tendências apontadas nos livros de Robert Kaplan e Niall Fergunson, de crescimento da presença chinesa e retraimento dos Estados Unidos, continuarão em marcha. Os episódios como os relatados pelo Financial Times no último domingo, num artigo escrito por Demetri Sevastopulo e Kathrin Hille, informam a participação e declarações do ministro da Defesa da China, general Liang Guanglie, na reunião realizada em Cingapura, no chamado Shangri-La Dialogue.

A reunião que costuma ocorrer com a presença das mais altas autoridades militares da região e do mundo, como o do secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, contou pela primeira vez com o mais alto representante da China, que fez o seu primeiro e grande discurso internacional.

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Robert Gates cumprimenta o general Liang Guanglie

Recentemente, altos dirigentes militares chineses visitaram os Estados Unidos como noticiamos neste site no dia 14 de maio, tanto para contato com suas contrapartidas norte-americanas como conhecimento de importantes instalações de sua segurança internacional. As duas potências vêm desenvolvendo esforços mútuos para não se confrontarem, ainda que tenham posições diversas em muitos aspectos, e a aproximação tem sido significante desde os protestos chineses à entrega norte-americana de armamentos para Taiwan há alguns anos.

Os Estados Unidos, desgastados com os pesados encargos decorrentes das intervenções no Iraque e no Afeganistão, procuram não assumir encargos adicionais, mesmo na defesa dos interesses de seus aliados estratégicos. A China, para assegurar a segurança do seu abastecimento, indispensável para a continuidade do seu desenvolvimento, acaba criando problemas como os recentes atritos com o Vietnã e as Filipinas, além dos anteriores com a Coreia e o Japão.

A declaração do general Liang Guanglie é que a China persegue o desenvolvimento pacífico, e Robert Gates só pode expressar que está acompanhando (increasing concerns) os recentes comportamentos chineses, não achando que eles chegam ao ponto de minar o aumento do pacifismo, adotando um tom suave nas suas posições. Tanto em Manila como em Hanoi aumentam os protestos com relação aos comportamentos chineses.

Apesar das declarações de Robert Gates assegurando uma forte presença dos Estados Unidos na região, os fatos indicam que há um enfraquecimento crescente dos seus orçamentos. Os norte-americanos estão solicitando aos chineses para pressionarem a Coreia do Norte, ao que os chineses alegam que estão fazendo mais do que é esperado no resto do mundo. Fica-se com a impressão que os chineses estão, de fato, aumentando a sua presença, enquanto os norte-americanos não podem arcar com a segurança dos seus aliados.



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