Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Problemas e Soluções na China Segundo o Financial Times

24 de junho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias | Tags: , ,

O site do jornal inglês Financial Times está entre os que destacam as notícias da China, procurando informações que podem ser úteis para a compreensão daquele país, ainda que a posição ideológica deste veículo de comunicação tenha divergências com a adotada pelo governo do País do Meio.

Entre as muitas outras notícias, há um destaque para o aumento da venda de moedas de ouro e prata pelo Banco Central daquele país, bem como as greves de motoristas de caminhão, que estão sendo reprimidas. É interessante tentar entender o quadro em que estas coisas acontecem naquele país, para uma avaliação mais isenta.

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Seria interessante esclarecer que os chineses, culturalmente, preferem adquirir produtos que servem como reserva de valor, que sejam fáceis de serem escondidos e transportados. Isto é consequência das muitas guerras internas e externas que sofreram e os levaram a encontrar nas joias e produtos similares uma forma de defesa.

Hoje, há um risco com muitos recursos financeiros que podem ter mudanças no seu valor, com a inflação e o câmbio. Os chineses se defendem como podem, e muitos estão adquirindo as moedas de ouro chamadas Panda, bem como outras de prata, bem acima do que as autoridades monetárias daquele país previam. Como isto ajuda a retirar de circulação parte dos meios de pagamento, ajudando no combate à inflação que assola aquele país, parece uma forma inteligente de política econômica aumentar a sua colocação. Assim, segundo a notícia do Financial Times, a China superou a Índia, que mais comercializava este metal precioso no mundo.

Na outra notícia, comentam-se as greves dos caminhoneiros na China, e a repressão aos seus líderes. Como postado neste site, o problema do tráfego de caminhões, principalmente na Inner Mongólia, é um grande problema, provocando congestionamentos que chegam a mais de 100 quilômetros só na estrada principal.

As autoridades chinesas procuram superar o problema com duas medidas duras. De um lado, a elevação do preço do diesel que é utilizado por estes veículos. De outro, aumentam os custos do seu uso, tanto pelos pedágios como os preços dos caminhões, afetando os seus caminhoneiros. Estes, em todo o mundo, sempre foram os pioneiros das greves, como há décadas nos Estados Unidos.

Como o regime político na China é autoritário, tais greves não são toleradas, e seus líderes sofrem prisões. Como o Financial Times mantém uma posição ideológica liberal, estas repressões são consideradas políticas, justificando críticas ao regime chinês. É uma sopa no mel.

Todos estes problemas mostram que o rápido desenvolvimento da China acaba encontrando algumas limitações, fazendo com que as autoridades daquele país reduzam o ritmo do seu crescimento econômico, ainda que mantendo um patamar muito elevado quando considerado comparativamente com o resto do mundo.



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