Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Problemas Entre Estudantes Japoneses São Universais

3 de junho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: , | 2 Comentários »

O importante jornal japonês Yomiuri, cuja tiragem diária supera aos 10 milhões de exemplares, continua publicando sua série de artigos sobre a educação e o papel dos professores denominados de saúde, que cuidam tanto dos problemas físicos como psicológicos, pois no Japão não existe a função do orientador educacional. Os chocantes relatos de uma professora, Kyoko Uzawa, de uma escola do secundário pré-universitário público (japanese high school) da província de Chiba, mostram que os problemas dos estudantes são idênticos aos dos países de menor nível econômico e cultural. Nas salas destas professoras de saúde, os estudantes estão dando seus sinais de SOS, segundo ela.

A professora Uzawa relata o caso de uma aluna que faltou alguns dias de aulas, e que passava horas na companhia do seu namorado, na residência dele. Apareceu um dia na sua sala, e ela perguntou à aluna porque não gostava de voltar à sua casa. Depois de certa hesitação, ela informou que tinha medo de seu pai, que eventualmente ele tinha abusado fisicamente dela. Informando o diretor da escola, ela foi encaminhada para um centro local de consulta às crianças que sofriam de abusos.

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Alunos da escola secundária de Kitoshima. Não é onde a professora Kyoko Uzawa trabalha

Sobre outro aluno que vinha somente à sala da professora Uzawa para verificar o seu peso, ela relatou: “Um dia, o aluno informou que o pai solteiro o negligenciava, deixando o só em casa. Algumas vezes, havia um alimento pré-fabricado na geladeira, mas muitas vezes ia dormir sem comer, pois não havia nada”. Ela sugeriu comprar alguns materiais e o ensinou a preparar algumas receitas simples. Havia muitos alunos com dificuldades familiares.

A escola sempre estimulava os estudantes a se empenharem, apesar das dificuldades. Muitos conseguiam ingressar em boas universidades e obtinham empregos em empresas de prestígio. Ela e outros dirigentes entendiam que estas salas das professoras de saúde desempenhavam um papel fundamental nestas escolas.

Das 7.219 visitas que ela recebeu em sua sala em 2010, 4.145 não tinham problemas de saúde, mas vinham a estas salas por razões não específicas. Segundo um professor da Universidade de Chiba, esta era uma tendência nacional. Os estudantes entendem que estas salas são hoje onde encontram uma mão amiga, ou onde eles se sentem mais à vontade.

A professora Uzawa cita outra aluna que foi encontrada vivendo sozinha, depois que seu pai solteiro a abandonou, sem lhe proporcionar recursos, o que só foi descoberto depois de uma visita de uma professora, por causa da falta de pagamento dos materiais escolares. A estudante, aparentemente, procurou esconder a sua situação. A professora relata que os estudantes não se sentem à vontade para falar sobre seus problemas, o que exige dos professores atenção sobre pequenas mudanças, entendendo-as e aceitando-as.

Este artigo parece mostrar que os problemas existentes nas escolas japonesas são semelhantes às que ocorrem em outros países, em que pese à imagem de que o Japão dedica grande importância à educação, sendo um pais economicamente desenvolvido, sem maiores dificuldades para os seus estudantes.


2 Comentários para “Problemas Entre Estudantes Japoneses São Universais”

  1. Nikos
    1  escreveu às 19:45 em 5 de junho de 2011:

    Sr. Yokota,

    Acompanho suas matérias, gosto de alguns conteúdos, mas confesso que eventualmente seus textos são confusos e não esclarecem muita coisa.
    O título deste post diz tudo e não diz nada ao mesmo tempo. Uma bagunça só.

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 19:59 em 5 de junho de 2011:

    Caro Nikos,

    Obrigado pela crítica. Como V. deve ter notado, a matéria está baseada no que foi publicado num grande jornal japonês e o assunto desta natureza, além de ser complexo, refere-se a uma forma pelos quais os japoneses se expressam, sobre assuntos delicados. Seria muito interessante se V. pudesse se aprofundar no assunto, consultando diretamente a fonte citada. O que tentei transmitir é que estes problemas, ainda que de estudantes japoneses, é encontrado em muitos outros países, inclusive no Brasil, se V. estiver acompanhando assuntos relacionados à educação em muitos países.

    Uma das minhas funções, de forma geral, é levantar problemas para que todos nós nos aprofundemos mais sobre questões que são comuns, entre sul americanos e asiáticos, como parece ser o caso. Lamento se não tenho talento para esclarecer melhor estes e outros assuntos, pois num site não se pretende dar um curso completo sobre o assunto, como eu fazia na USP.

    Paulo Yokota


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