Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

The Economist Publica Suplemento Especial Sobre a China

24 de junho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias | Tags: , ,

A prestigiosa revista de circulação internacional, The Economist, reconhecida pela sua tendência liberal, publica um importante suplemento especial sobre a China. Apesar de reconhecer o seu formidável desenvolvimento recente, aponta os problemas que estão surgindo, prevendo que aquele país enfrentará grandes dificuldades que podem comprometer o seu atual desenvolvimento.

Aponta que o atual Partido Comunista Chinês, que continua sendo o único no país, passou a depender do suporte da nova classe média chinesa, que está em ascensão acelerada, e que foge dos padrões dos seus fundadores, e os novos lideres apontados terão que enfrentar problemas políticos importantes. O atual crescimento que vem desde 1990 enfrenta problemas de avanço do número e percentual dos idosos e os custos da seguridade social, pressões inflacionárias, aumento das despesas e investimentos públicos, distribuição regional da renda, entre muitos outros.

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O suplemento, que todos os interessados na China devem ler, mostra que a sua população conta com uma estimativa oficial de 2010 com 1,34 bilhão de habitantes, tem um PIB de US$ 5,9 trilhões e uma renda per capita de US$ 4.400 (no Brasil estima-se em cerca de US$ 11.000). Entre 1992 a 2010, seu PIB cresceu numa média de 10,3% anual, mas a despesas e investimentos do governo em 22,7% ao ano.

A população dos chineses com mais de 65 anos, atualmente cerca de 12% do total, deve chegar em 2050 perto de 38%, gerando um pesado encargo para a China, principalmente no seu custo da previdência social e assistência aos idosos.

Com os problemas inflacionários que enfrentam, além dos problemas de poluição, o crescimento do seu PIB está se reduzindo, mesmo mantendo um patamar mais elevado que a média mundial. Poderá ser superada pela Índia, que conta com melhor estrutura demográfica.

Os problemas políticos, segundo o The Economist, devem ser os mais difíceis, pois as reivindicações da classe média estão se elevando, e existem problemas para a melhoria da distribuição de renda entre os setores urbanos e rurais, do litoral para o interior, restringindo-se o fornecimento de mão-de-obra barata.

A revista aponta que dezena de milhares de protestos já vem ocorrendo, principalmente no meio rural e nos setores intelectuais, inclusive de membros das grandes e prestigiosas universidades como a Tsinghua, que forma a elite política chinesa. Existem modelos de aperfeiçoamentos políticos como os que vêm ocorrendo em Chongqing, no interior, onde Mao estabeleceu a sua capital, durante o período de ocupação japonesa.

Com uma posição liberal, The Economist aponta que os principais problemas que podem colocar em risco o desenvolvimento chinês se situam no seu regime autoritário, de partido único, mesmo que os econômicos constituam o seu pano de fundo.



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