Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Cultura Humanitária Globalizada da França

1 de julho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, webtown | Tags: , , , ,

Apesar das culturas asiáticas serem de muitos milênios em diversos países, como na China e na Índia, o mundo ocidental conheceu mais profundamente somente o que vai até o Oriente Médio, como a Mesopotâmia (hoje Iraque), a Pérsia (hoje Irã) e o Egito. Isto apesar de que os chineses tenham negociado com os fenícios usando a Rota da Seda. Só perto do século XIII, Marco Polo e os comerciantes venezianos organizaram informações sobre a China e a Ásia Central e seus povos, interessados na comercialização de seus produtos ainda considerados exóticos na Europa.

No Ocidente, a França tem historicamente a fama de alimentar maior preocupações humanística, com conhecimentos de culturas que não sejam de origem europeia. Com a inauguração do Museu do Braniy (Musée du Quai Braniy) há cinco anos, consolidou-se a preocupação com o diálogo com outras culturas, de forma inteligente e institucional, contando com o suporte do setor privado.

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O Museu tem uma concepção atualizada, contando com um rico acervo de peças de caráter antropológico de fora da Europa, com muitos materiais provenientes dos mais variados países da Ásia, da Oceania, da África e das américas, inclusive do Japão e do Brasil. Apresenta ricas exposições temporárias, inclusive sobre temas japoneses e brasileiros, mantendo uma ativa interação com a população. As escolas, desde as pré-primárias, são estimuladas a promover visitas que são numerosas, contando com as professoras e monitoras para que a população tenha uma interação ativa. Pesquisadores contam com acesso a documentos e peças para seus estudos. Uma coisa de primeiro mundo, num ambiente extremamente diferenciado pela sua arquitetura, jardins e demais instalações com todas as formas de acesso à informação, desde os eletrônicos, visuais, musicais, palestras etc. É uma verdadeira cidade cultural, ao lado da torre Eiffel, próximo ao Museu do Quai D’Orsay.

No momento, diversas exposições temporárias são apresentadas, com destaque para uma extremamente rica sobre os maias, com os suportes dos governos da França e da Guatemala, país onde 50% da população continua sendo de descendentes daquele povo que teve uma cultura extremamente avançada na sua época áurea. As pesquisas arqueológicas mostram que este povo que se originou há mais de 10.000 anos contava, há mais de 2.000 anos a.C., com uma organização política sofisticada, dispondo de conhecimentos das formas de comunicação semelhantes aos hieróglifos egípcios e uma matemática avançada para cálculo dos ciclos astronômicos, construindo captações de água e construção de pirâmides. Isto orgulha as américas que podem ter algumas coisas que rivalizam com os chineses e hindus, a que se somam os dos incas e os astecas, apesar da área atual do Brasil ser mais pobre.

Tudo isto mostra que o intercâmbio cultural do Oriente com o Ocidente necessita ser incrementado, mostrando que existem dados arqueológicos e culturais que, há milênios, sustentam a globalização que hoje ocorre com a nova sociedade da informação.



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