Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Presença Global das Empresas Brasileiras

28 de setembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

Existe no Brasil uma organização chamada SOBEET – Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica que vem publicando com o jornal Valor Econômico um suplemento sobre as multinacionais brasileiras nos últimos quatro anos. Além dos dados estatísticos sobre esta presença das empresas brasileiras no exterior, informações preciosas sobre as mesmas são publicadas para conhecimento de todos. Informa-se que, em 2008, 23% das empresas brasileiras atuavam no exterior, e os dados atuais indicam que chegaram a 33,6%. Cinco delas chegaram a um patrimônio superior a US$ 10 bilhões cada, ou seja, a Vale, a Petrobras, a Ambev, a Votorantim Cimentos e a Gerdau, mas ainda são poucas comparadas mesmo com os países emergentes.

Segundo os levantamentos, estas empresas buscam o mercado externo pela competitividade internacional, redução da dependência do mercado interno, busca da economia de escala, demanda mundial, estabelecimento de plataformas de exportação, acompanhar os concorrentes no exterior, entre outros motivos.

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Os dados destas empresas foram sistematizados, mostrando mais de 50 organizações, ordenados pelo índice de internacionalização, ou seja, quando de suas atividades se processam no exterior. Os mais elevados chegam a 59,6% como a JBS na indústria de alimentos, chegando a menos de 1% nas mais baixas, ainda concentradas no mercado interno. Os setores em que atuam estas empresas apresentam uma grande variedade, indo muito além do fornecimento de recursos naturais e agropecuários, mostrando a complexidade do setor produtivo brasileiro internacionalizado.

Existem empresas metalúrgicas e siderúrgicas, de construção e engenharia, eletroeletrônica, serviços especializados, têxteis e couros, mineração, alimentos, bebidas, tecnologia de informação, veículos e peças, mecânica, química e petroquímica, conglomerados de diversos setores, transporte e logística, perfumaria e cosméticos, petróleo e gás, franquias, finanças, papel e celulose, materiais de construção, entre outros.

Algumas chegam a contar com 88,5% de suas receitas no exterior, como a Coteminas. Outras contam com 58% dos seus ativos nos países estrangeiros, como a Gerdau. A maioria das grandes construtoras atua no exterior, mostrando que é competitiva nas concorrências internacionais. Muitas grandes empresas brasileiras de eletroeletrônica e mecânica também estão presentes no exterior.

Tudo isto é muito importante para a absorção de tecnologias competitivas internacionais que transferem também para as suas atividades internas. Só pode-se se dizer que uma empresa é eficiente na medida em que esteja competindo no exterior com suas concorrentes. Isto permite também o aperfeiçoamento dos seus recursos humanos treinados em ambientes diferentes, o que é relevante no atual mundo globalizado.

Somente na medida em que brasileiros e estrangeiros tenham conhecimento desta atual situação, poderão deixar de ter complexos e entendimentos incorretos sobre o Brasil atual, que tem os seus problemas como todos os emergentes, mas vai conquistar o seu lugar ao sol mesmo nos cenários mais competitivos.



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