Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Financial Times Aponta as Dificuldades Políticas dos USA

6 de outubro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

O jornal Financial Times divulga um artigo elaborad por Yukon Huang, um sênior associate do Carnegie Endowment e antigo diretor do Banco Mundial para a China, mostrando que o Congresso dos Estados Unidos procura desviar as atenções do público sobre suas dificuldades para aprovar a proposta de Barack Obama relativa ao estímulo ao emprego. Resolveu investir contra o câmbio da China culpando-o das dificuldades norte-americanas.

Todos sabem que a economia norte-americana continua patinando, pois não enfoca o problema do desemprego, como apontou a presidente Dilma Rousseff no seu pronunciamento da ONU. Diante das pressões que sofre do sistema financeiro, fica utilizando volumosos recursos para atender as instituições financeiras que efetuam operações duvidosas com grandes remunerações aos seus dirigentes, quando sua economia só pode ser recuperada com o aumento do emprego e da demanda doméstica.

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A China vem valorizando a sua moeda gradualmente em cinco a seis por cento por ano. Com a crise no euro e outras moedas, a moeda chinesa vem crescendo excepcionalmente, apesar da contínua desvalorização do dólar norte-americano com a política de inundar o mundo com a moeda dos Estados Unidos, criando dificuldades até para o Brasil. Mas a melhoria no balanço comercial americano é insignificante, pois afetam pouco os seus produtos exportados como importados.

Na realidade, nos produtos importados da China o que é pago na sua produção naquele país é um mínimo, sendo que os demais custos até chegarem aos consumidores, como transportes internacionais, seguros, intermediações comerciais, custos das lojas para a sua colocação etc. é que representam a grande parcela dos preços pagos pelos consumidores. Isto acontece também com os produtos importados de outros países.

Mesmo no mercado interno, os produtores costumam receber parcelas de algumas dezenas de percentuais, enquanto os estabelecimentos varejistas, como os supermercados, ficam com uma margem que chegam a superar os 50%, o que não acontece somente no Brasil.

No comércio bilateral dos Estados Unidos com a China, as empresas norte-americanas costumam elaborar os designs dos produtos, fornecer as matérias-primas e somente uma parte da fabricação é feita pelos chineses. Isto acontece com as diversas grifes de confecções como produtos eletrodomésticos ou de comunicação que levam as marcas americanas. O artigo indica que um iPod que custa US$ 150,00 para os consumidores somente US$ 5,00 vem da China.

Um recente relatório do Fundo Monetário Internacional chamado Spillover Report mostra que 10% de valorização da moeda chinesa seria negligenciável na balança comercial dos Estados Unidos, mostrando que os norte-americanos precisam atacar o problema do seu desemprego.

Se os políticos de todo o mundo não se centrarem nos verdadeiros problemas, deixando de procurar aparecer com demagogias junto aos seus eleitores, vai continuar sendo difícil resolver os reais problemas mundiais.



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