Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Expressiva Mudança de Orientação

18 de dezembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

Quando o site do Globo divulga uma matéria com o título “Valdomiro Minoru, o brasileiro sinônimo de poder em Angola”, de autoria de Chico Otavio e Aloy Jupiana, com uma foto sua, a tendência de qualquer analista é recordar as lições de um famoso político maranhense: se V. encontrar um jaboti numa arvore é porque alguém o colocou lá. A matéria o destaca como um dos dez homens mais ricos do país africano, empresário que tem uma rede importante de amizades.

Este empresário, que é apresentado com o nome completo de Valdomiro Minoru Dondo, nascido em São Paulo, sempre procurou manter-se discretamente na mídia, e sua vida é cercada por muitas histórias, alguma com ares de lendas, que são comuns em países africanos como Angola. Mas a reportagem divulga algumas informações que são consideradas como verossímeis, ainda que pareçam incompletas.

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Valdomiro Minoru Dondo /  Foto: Marcos Tristão / O Globo

Ninguém duvida que ele se trate de um personagem de grande coragem por aventurar-se e ter estabelecido relacionamentos importantes ainda no período em que Angola apresentava problemas de guerra civil, quando muitos estrangeiros deixaram o país diante dos riscos existentes, e onde a realidade tribal ainda é um componente importante.

As informações correntes é que ele foi para Angola no período inicial do desenvolvimento daquele país, quando adquiriu independência de Portugal e passou a aproveitar os ricos recursos naturais da região, atraindo até grupos empresariais brasileiros. E Valdemar Minoru Dondo lá permaneceu quando recrudesceram as guerras civis provocando a retirada de muitos expatriados, persistindo até quando se conseguiu a paz com entendimentos entre os diversos líderes militares. Conseguiu consolidar seus relacionamentos com alguns destes líderes que se tornaram políticos relevantes.

Mais recentemente, para ajudar a estruturação de Angola, muitos experientes brasileiros continuam trabalhando naquele país. É mais que natural que no cenário de uma economia pioneira, que conta com muitos recursos naturais, existam grandes oportunidades como estórias que nem sempre ficam totalmente claras, num país que ainda procura se estruturar adequadamente.

Angola, como outros países africanos, passa por um período de intensos interesses chineses que acabam sendo aproveitados por empresários capazes de assumir os seus riscos, utilizando os relacionamentos que foram consolidados ao longo de décadas, contando com confianças indispensáveis com líderes locais.

Como atuam num cenário ainda pioneiro, muitas cautelas são tomadas, evitando-se envolver com grupos que sejam menos ousados e capazes de se adaptar as condições predominantes no país, cujas realidades necessitam ser respeitadas. É também natural que grupos angolanos procurem expandir suas atividades em outros países no exterior, inclusive fora da África.

O grupo empresarial liderado por Valdomiro Minoru Dondo parece se empenhar nesta internacionalização, havendo informações que já atuam em diversos continentes.

Muitas avaliações feitas com padrões de outros países precisam ser encaradas com reservas, principalmente num país como Angola que não contava ainda nem com um mercado estruturado que ajudasse na formação de preços dos produtos importados. Aqueles que conhecem regiões pioneiras como da América do Sul, onde as atividades dos garimpeiros ainda são relevantes, podem ter uma pálida idéia do que acontece em muitas partes da África.

Muitos resultados que estão sendo alcançados por brasileiros no exterior demonstram que eles são capazes de assumir riscos elevados que também podem proporcionar resultados compensadores. Muitos buscam se aproximar destas personalidades que tendo já fortes relacionamentos consolidados, procuram evitar outros que possam gerar desconfianças dos seus parceiros mais tradicionais.



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