Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

A Aterrissagem Suave da China

23 de janeiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

A maioria dos processos de desenvolvimento acelerados deixa um rastro de dificuldades difícil de ser digerido. O caso recente da China não deve ser muito diferente, e os analistas de todo o mundo se preocupam com as suas repercussões. Rajiv Biswas, considerado um especialista com larga experiência na economia da Ásia do Pacífico, escreveu um artigo distribuído pelo The Diplomat falando da possibilidade de uma aterrissagem bem sucedida da China, neste difícil Ano do Dragão.

Ele aponta que a aterrissagem em 2012 deve ser bem sucedida, mas que o Ano do Dragão oferece alguns desafios para o Partido Comunista da China que terá um ano de transição, com mudanças de muitos dos seus altos dirigentes, inclusive do presidente Hu Jintao e o primeiro-ministro Wen Jiabao.

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Rajiv Biswas

Em outubro próximo, a China deve efetuar o 18º Congresso Nacional do Partido Comunista elegendo o novo Comitê Central e membros do Comitê Permanente do Politburo. A segunda economia do mundo deverá passar por uma transição, com um ritmo moderado de crescimento e aumentando a importância do seu mercado interno, diante das dificuldades no resto do mundo.

A Europa e os Estados Unidos ainda podem estar num estado recessivo, apesar dos indícios de recuperação nos últimos meses. A própria China está desacelerando o seu ritmo de crescimento, ainda com pressões inflacionárias. Há, segundo o autor, sinais que a política monetária chinesa tenha que ser mais apertada, havendo preocupações sobre a sua aterrissagem bem-sucedida.

Segundo o autor, há fatores para resistir ao crescimento da economia chinesa em 2012, como a redução de suas exportações. A demanda interna continua crescendo, mas os investimentos estão se moderando, como na construção de novas residências.

Segundo o autor, existe uma pequena possibilidade de uma aterrissagem mais forçada, pois a queda das exportações acabou criando alguns desequilíbrios na economia chinesa, já que o consumo interno não é ainda muito vigoroso. Outra vulnerabilidade pode ser verificada no seu crédito bancário, com o nível de endividamento elevado dos governos locais. Mas as elevadas reservas chinesas podem auxiliar proporcionando algumas flexibilidades.

Como as pressões inflacionárias estão diminuindo, a política monetária pode auxiliar com a flexibilização das exigências de reservas.

A longo prazo, a economia chinesa deve continuar crescendo em torno de 8%, impulsionando nas economias do Oriente como do Ocidente, permitindo antever que em torno de 2020 ela se torne a primeira do mundo. Os novos dirigentes chineses precisam, segundo o autor, ter habilidade para que esta aterrissagem continue sendo suave.



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