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Aperfeiçoamentos no Governo Dilma Rousseff

30 de janeiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

Muitos analistas estão apontando que, apesar do elevado prestígio do governo Dilma Rousseff, nem sempre a implementação dos seus muitos projetos acaba ocorrendo com a eficiência desejada. Uma notícia publicada no Valor Econômico de hoje indica que ela passou a despachar em conjunto com um grupo de ministros (que parecem demasiados) para que alguns assuntos sejam resolvidos, de forma a acelerar alguns projetos. A Casa Civil parece estar executando a coordenação destas reuniões, organizando até uma Junta Orçamentária para providenciar os recursos necessários, à hora e em tempo.

O artigo de Fernando Exman explica que uma autoridade teria expressado que “a ideia é desenvolver a cultura da performance, do desempenho e da accountability”, o que certamente é interessante. Mas parece que o governo carece de um organismo que faça o exame prévio da experiência de alguns gestores, pois muitos acabam sendo acusados de irregularidades passadas, ou não mostram a eficiência desejada, com forte capacidade de liderança.

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A chefe da Casa Civil Gleisi Hoffman e a presidente Dilma Rousseff

Estes ajustamentos acabam sendo necessários em quase todas as administrações, mas possivelmente pela herança que a presidente recebeu, bem como a conveniência do atendimento da base governista no Congresso, as mudanças têm sido mais frequentes que as desejáveis.

Os dados expressos pelos recursos liberados para os diversos projetos também demonstram que a eficiência da execução de muitos projetos está abaixo do esperado. Depois de mais de um ano de gestão, parece que a administração deveria estar deslanchando, principalmente para ativar a economia como pretende o governo.

Parece evidente que reuniões, ainda que sejam úteis, não possuem sempre o condão de acelerar os projetos, mesmo com o estabelecimento de uma cultura de performance, do desempenho e transparência das ações e recursos despendidos. Tudo indica que existem, em muitos setores, problemas de gestão mesmo, com encarregados que não possuem lideranças e experiências necessárias para superar as burocracias do governo.

É evidente que os ministros procuram dar toda a colaboração possível, mas nos seus ministérios nem sempre contam com o pleno comando dos seus subordinados legais, muitos indicados por outros políticos. E, na maioria dos projetos, há uma interdependência com órgãos de diversas entidades, não somente do executivo, como de agências e entidades como os tribunais de conta.

Em alguns países, existe até a figura do “formador de consenso”, pois nem sempre se faz o que se deseja, mas o que é possível, diante da resistência de muitas entidades envolvidas nos projetos. E a figura do “quebrador de galho”, no bom sentido, acaba sendo indispensável, principalmente dentro da burocracia de tradição cartorial que o Brasil herdou dos portugueses.

Os projetos mal elaborados, esse site tem chamado a atenção, são geradores de atrasos, e mesmo que hoje o BNDES conte com um setor para alguns casos, parece que seria interessante que o Ministério do Planejamento, com grupos pequenos e ágeis, tenha condições de servir como espécies de “ombudsman”.

Todas as administrações públicas são difíceis e contam com a necessidade de atender infinitas normas indispensáveis. Mas sempre existem formas para aumentar a sua eficiência, com “gerentões” que sejam capazes de superar todos os obstáculos.



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