Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Aumento dos Trabalhos Voluntários no Japão

5 de janeiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , | 6 Comentários »

Os lamentáveis desastres naturais sofridos pelos japoneses na região nordeste do Japão, com o terremoto e o tsunami em escalas incomuns, seguidos das radiações que levam tempo para serem eliminadas, provocoram um inusitado surto de trabalhos voluntários. Começou no atendimento das vítimas, mas estendem-se até o exterior, reforçando a tendência que já vinha se observando desde os problemas como de Kobe. O escritor Minoru Matsutani vem ressaltando este fenômeno nos artigos publicados no The Japan Times.

Deve-se reconhecer que um povo que vive num arquipélago limitado, com muitos acidentes naturais, tende a desenvolver uma cultura de trabalhos coletivos. Mas as cenas dos desastres transmitidos pela TV e pela Internet ficaram gravadas nas memórias de todos que participam da nação japonesa, com a adesão de estrangeiros que lá estão trabalhando. Muitos foram os primeiros voluntários que ajudaram no socorro daqueles que perderam seus lares e parentes, antes mesmo que os organizados sistemas para tanto existentes no Japão conseguissem atender a multidão dos desabrigados.

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Os especialistas em organizações voluntárias afirmam que o sentimento de trabalho voluntário para ajudar os outros, principalmente nos socorros futuros, fortaleceu-se no Japão, que já tinha sido atingido por terremotos como os que afetaram Kobe. Também as doações provenientes do exterior, como ajudas com pessoal especializado, ajudou a consolidar a consciência da importância do trabalho voluntário. Isto não está ocorrendo somente para atender as vítimas japonesas, mas outros povos que são atingidos por desastres em outros países, principalmente os mais pobres.

Organizaram-se novos grupos de voluntários, que estão de prontidão para atender novas emergências, já munidos de materiais mínimos para estes trabalhos. As redes sociais utilizando a Internet vêm desempenhando um papel importante para a organização destes grupos de voluntários. Muitos deles estão desenvolvendo missões que atuam sistematicamente.

Muitos jovens estudantes adquiriram a consciência que podem ajudar os necessitados, e estão organizados. Estudos sociológicos efetuados indicam que estes movimentos estão com tendências para se manter por longo tempo. Alguns já participaram ainda muito jovens, de outros desastres, efetuando tarefas simples.

Grandes grupos sem fins lucrativos também aumentaram suas atividades voluntárias, e estão atuando em diversos casos que exigem tais assistências. Comparando com o que houve em Kobe, os trabalhos da região de Tohoku apresentam dimensões maiores, envolvendo maior número de voluntários. Grandes caravanas estão sendo organizadas, em bairros de Tóquio, contando com bases de apoio na região do nordeste do Japão. Chegam a ter cinco vezes mais que os números de voluntários comparados com os de Kobe.

As grandes organizações já atingiram mais de um milhão de voluntários. A mídia também ajudou na divulgação destes trabalhos. As empresas, inclusive as grandes, também estão facilitando que seus funcionários ajudem estes trabalhos voluntários, flexibilizando os seus dias de serviço, e o interessante é que as pressões vieram de baixo para cima. Os funcionários acabaram forçando as empresas a adotarem tais facilidades.

Existem voluntários que preferem grupos improvisados que estão com suas regras menos rígidas, havendo até os que são familiares. Todo este processo está permitindo o acumulo de diferentes experiências nestes trabalhos voluntários.

As necessidades básicas, e as falta de elementos básicos como o suprimento de água potável ou energia elétrica estão se tornando de conhecimento generalizado da população. Isto está elevando a solidariedade com povos menos favorecidos da África e da Ásia. Ainda que as doações monetárias para o exterior tenham se reduzido temporariamente pelas necessidades internas, os apoios as organizações mundiais vêm se mantendo.

Os especialistas nestes estudos informam que os japoneses se tornaram mais sensíveis às caridades, e algumas organizações estão encontrando formas para divulgar as necessidades de outros povos menos favorecidos.

Até no Brasil, os que participaram das campanhas de doações para as vitimas japonesas parecem estar se sensibilizando mais com outros trabalhos voluntários locais.


6 Comentários para “Aumento dos Trabalhos Voluntários no Japão”

  1. DHINO
    1  escreveu às 09:13 em 6 de maio de 2013:

    Voluntário é servir ao próximo independente:religiao,raça,política,etc.

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 08:29 em 7 de maio de 2013:

    Caro Dhino,

    Obrigado pelo comentário.

    Paulo Yokota

  3. Helena Way
    3  escreveu às 15:51 em 29 de dezembro de 2014:

    Gostaria muito de trabalhar no voluntariado no Japão, onde será que consigo?
    Amo o Japão e sua cultura, e me mudaria do Brasil para poder exercer o voluntariado.

  4. Paulo Yokota
    4  escreveu às 07:46 em 30 de dezembro de 2014:

    Cara Helena Way,

    Não é uma tarefa fácil. Certamente é preciso que V. tenha o domínio do idioma japonês, e poderia procurar o Consulado do Japão como entidades de brasileiros que atuam no Japão.

    Paulo Yokota

  5. Carlos hirochi Watanabe
    5  escreveu às 17:00 em 19 de abril de 2018:

    Gostaria muito de ser voluntário. Sei 70% da língua japonesa.

  6. Paulo Yokota
    6  escreveu às 09:33 em 20 de abril de 2018:

    Caro Carlos Hirochi Watanabe,

    O ideal seria que também dominasse o inglês. Acho que deve procurar diretamente as autoridades que cuidam das Olimpíadas.

    Paulo Yokota


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