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Demandas Brasileiras de Engenharia de Projetos

19 de janeiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

No passado, todas as empresas de construção pesada do Brasil tinham subsidiárias que eram empresas elaboradoras de projetos. Como o país estava construindo uma série de hidroelétricas, havia uma demanda de projetos. Havia uma demanda contínua de outros projetos, e as demais empresas como as autoridades públicas, não possuindo uma forte estrutura própria de estudos (que em muitos casos é confundido com o “middle management”), sempre utilizaram muitos projetos que lhes eram oferecidos pelas empresas de construção pesada. Hoje, o Valor Econômico publica um artigo anunciando que o governo pode licitar 77 terminais portuários até 2013, que representa um volume substancial de estudos e projetos, ainda que muitas sejam somente para novos contratos de operação.

Existem muitas necessidades de projetos de transportes de massa por todo o Brasil, mas a falta de estudos e projetos detalhados bem elaborados, tanto para as suas avaliações como os atendimentos dos impactos ambientais, faz com que haja uma demora absurda no prazo de licitação e execução dos mesmos, o que acaba elevando seus custos. É evidente que tais estudos e projetos apresentam riscos elevados, pois nem todos serão aproveitados imediatamente.

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Como houve um longo período em que não havia um volume expressivo de projetos, as empresas de construção pesada alienaram ou desativaram as subsidiárias de engenharia que tinham. Hoje, tudo indica, sente-se a sua carência, pois muitos projetos não estão adequadamente estudados, acabando por sofrer alterações decorrentes de diversos motivos, como as exigências ambientais.

No caso do trem rápido ligando Campinas, São Paulo, passando por Guarulhos e chegando ao Rio de Janeiro observaram-se muitas alterações nos diversos editais, com mudanças nos prazos das licitações, numa grande parcela, devido à fala de um projeto de engenharia detalhado. A atual configuração separando a construção pesada, o fornecimento do material rodante da operação do projeto, com viabilidade econômica discutível, orçamentos e financiamentos incertos são mostras da falta de estudos mais completos.

A tal ponto que as empresas que desejam participar das licitações como as próprias autoridades parecem lidar com insuficiências de estudos detalhados, que permitam a adequada avaliação dos riscos envolvidos. Algo semelhante acaba ocorrendo com os diversos projetos de transporte de massa indispensáveis para o atendimento de metrópoles e muitas cidades brasileiras.

Se muitos portos, com diferentes terminais, serão licitados nos próximos anos, a sua maioria exigiria estudos e projetos de engenharia, tanto para o seu melhor aproveitamento em termos de eficiência como alternativas tecnológicas que proporcionem resultados econômicos mais interessantes.

Existem outros projetos de infraestrutura que estão tanto dentro do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento, como outros privados e públicos de menor porte. Todos necessitam de detalhados projetos, além do atendimento das exigências ambientais que estão demoradas nas suas concessões.

Ainda que muitos destes estudos e projetos estejam sendo elaborados utilizando as alternativas disponíveis, tudo indica que há sinais de insuficiências que não estão permitindo o melhor aproveitamento de todos os recursos escassos, num cenário onde as inovações tecnológicas continuam ocorrendo com elevada velocidade.

Um projeto pode estar obsoleto em poucos anos, e muitos necessitam de aperfeiçoamentos na sua execução ou nos primeiros anos de sua utilização. Lamentavelmente, vem ocorrendo também alguns danos, pois os estudos não foram efetuados com o cuidado necessário.

Se de um lado tudo isto constituem problemas, de outro, são evidências que existem oportunidades para investimentos de elevada rentabilidade neste tipo de empresas.

Acrescente-se a tudo isto as oportunidades para a formulação de programas que incluindo diversos conjuntos, e que possam estabelecer um sistema integrado que permitam às autoridades a obtenção de uma eficiência global sempre almejada.



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