Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

O Custo da Produção de Energia

6 de janeiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

Um velho economista, ex-ministro de Minas e Energia, Dias Leite, fez uma palestra na Fiesp – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo afirmando que a energia mais barata que poderia ficar disponível é a que decorria de sua economia. O Japão, com a crise que enfrentou recentemente, demonstrou que esta possibilidade é concreta e pode ser obtida num percentual elevado. Pelas suas características, o grosso da energia utilizada naquele país é importado, pois existem limitadas fontes hidroelétricas, e as geradas pelas usinas atômicas tiveram que ser revistas com as dificuldades registradas em Fukushima Daiichi. A população colaborou na economia de energia, com medidas que podem ser adaptadas em outros países, inclusive no Brasil.

Inicialmente, os aparelhos de ar condicionados foram ajustados, de forma que no verão eles não reduzissem exageradamente a temperatura do meio ambiente. No inverno atual, eles estão ajustados para não aquecerem exageradamente, e só isto já reduz sensivelmente as demandas. Todos os aparelhos elétricos consomem menos energias, principalmente quando comparados com os brasileiros. E muitas outras formas foram utilizadas para colaborarem com o consumo de energia, principalmente nos seus picos, ou seja, horários de máxima demanda.

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Trânsito mais livre e redução do uso de aparelhos de ar condicionado: exemplos do Japão

O trânsito nos grandes centros metropolitanos japoneses eram tão terrível como o de São Paulo, com engarrafamentos monstruosos, que provocavam desperdícios de energia. Muitas empresas alteraram os horários de trabalho nos seus escritórios, começando os expedientes mais cedo. Outras, como as lojas de varejo, passaram a iniciar suas atividades mais tarde. O conjunto de tais medidas eliminou, praticamente, os congestionamentos, fazendo com que os antigos picos fossem eliminados, com os horários de “rush” se ampliando, começando mais cedo pelas manhãs, como pelas tardes, mas terminando mais tarde tanto pelas manhãs como nas voltas. Até o fluxo da utilização do eficiente sistema de metropolitanos acabaram com os exageros que haviam no passado nos horários de pico.

Outras inovações tecnológicas foram introduzidas. Generalizou-se o chamado “cool biz”, ou seja, no verão acabaram sendo dispensados os paletós e gravatas até nos ambientes mais formais, como no gabinete do primeiro-ministro. Mais do que isto, lançou-se uma série de confecções, mesmo as de algodão, que reduziam a sensação de calor no verão, ao mesmo tempo em que no atual inverno estão sendo usadas algumas que aquecem acima das tradicionais. Assim, mesmo com menos ar condicionado, as sensações de calor ou frio foram parcialmente minimizadas.

Quando se nota no Brasil o exagero da refrigeração de ambientes no atual verão, verifica-se que campanhas desta natureza ajudariam numa sensível redução da demanda de energia, não exigindo pesados investimentos para suas produções adicionais, com a redução dos problemas ambientais.



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