Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Pessimismo e Otimismo no Brasil e no Mundo

30 de janeiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , | 2 Comentários »

Duas importantes manifestações de ex-diretores do Banco Central do Brasil, experientes analistas de economia, uma do Sergio Werlang, que continua como dirigente do Grupo Itaú, e outra do Luis Eduardo Assis, que atualmente exerce funções acadêmicas também na Fundação Getúlio Vargas, alertam sobre os exageros de muitos analistas, principalmente relacionados com as instituições financeiras, manifestando o seu pessimismo com a economia brasileira, além do que os diversos indicadores permitem.

Observam-se no exterior, também, manifestações do mesmo teor quanto ao que é maciçamente veiculado pelos meios de comunicação de grande circulação mundial, descrevendo um quadro mais grave do que indicam muitos dados. Ninguém está afirmando que o quadro atual deve ser encarado com otimismo, mas exagerar no pessimismo não parece contribuir em nada para a melhoria do quadro. As opiniões do mercado, dos empresários e dos investidores acabam sendo influenciadas por estes artigos, e parece um maior realismo parece mais adequado para a presente situação, que se não é a desejada por todos, não é tão calamitosa.

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Sergio Werlang                       Luis Eduardo Assis

O emprego na economia norte-americana já dá os primeiros sinais de recuperação, as economias dos principais países europeus, ainda que apresentando dificuldades, estão obrigando as autoridades a tomarem medidas corajosas, a economia japonesa começa a se recuperar também, e os principais países emergentes, como a China e a Índia, apesar da redução do seu crescimento, ainda estão em patamares consideráveis.

As pressões inflacionárias foram reduzidas em todo o mundo, e as questões fiscais estão exigindo duras medidas de elevação dos impostos, e controle dos gastos públicos. Os financiamentos das dívidas públicas, apesar das dificuldades, estão ocorrendo. É claro que existem manifestações populares insatisfeitas com as duras medidas que estão sendo tomadas, mas as autoridades estão tomando as necessárias, ainda que sejam impopulares.

Ainda haverá flutuações na economia mundial e brasileira, a recuperação será lenta e longa, exigindo sacrifícios que os políticos e os banqueiros não desejam enfrentar. Os problemas sempre existiram e continuarão a existir, mas as disposições das autoridades têm correspondido às durezas que o momento exige.

O que parece importante é que os momentos mais cruciais parecem já superados, e todos se mostram conscientes que não existe mais possibilidade de se continuar usufruindo de um nível de bem estar que não corresponde aos trabalhos que estão sendo executados. A população mundial está se envelhecendo, e os jovens que se encontram na ativa não suportam esforços maiores. Há que se efetuar cortes e sacrifícios, mas todos parecem mais realistas diante do quadro atual. Não há nenhuma vantagem em se aumentar o pessimismo.


2 Comentários para “Pessimismo e Otimismo no Brasil e no Mundo”

  1. Jose Toshimori Nakane
    1  escreveu às 05:33 em 8 de outubro de 2012:

    Paulo, Estou em Moçambique em missão pela JICA, no Programa Pro SAVANA. Cooperação tripartite – BR-JP-MZ. A Idéia é reproduzir (nas devidas dimensões) o Prodecer na região Norte de MZ (Corredor de Nacala). Comentário: Seria possivel o interesse de organizações de pequenos agricutores na India se interssarem em transferir agricultores para Moçambique? O desafio é demosntrar ao pequeno agricultor uma agricultura melhor da se pratica aqui. Quanto a produção profissional de grande escala, essa vem do BR. (MZ neste momento = 3,9 milhoes de ha, cultivados anualmente; 3,6 milhoes de explorações agricolas, das quais 98% são pequenas; Média 0,5 a 1,0 ha; a agricultura é de subsistencia e o implemento é a enxada de cabo curto). Grato.

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 18:56 em 8 de outubro de 2012:

    Caro Jose Toshimori Nakane,

    Acredito que o desafio do projeto é muito grande. Todos se interessam pelas explorações empresariais, e não parece fácil transferir tecnologia para pequenos produtores, salvo existindo um “cash crop” de elevado valor. Não acredito que seja o caso dos indianos, e os que possuem tecnologia nesta área seriam os vietnamitas, mas não falam português. Os brasileiros estão cooperando no projeto pois falam o português de Moçambique que é mais semelhante com o utilizado no Brasil do que em Portugal. Nunca conhecí projeto com transferência de tecnologia agrícola para pequenos produtores no exterior. O mais semelhante seria o de Israel. Desculpe-me, mas não acho que posso colaborar.

    Paulo Yokota


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