Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Aproveitando na África a Experiência no Cerrado Brasileiro

1 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , | 2 Comentários »

 

Por: Paulo Yokota Seção: Economia, Editoriais e Notícias, WebTown Tag:

Um dos projetos bilaterais entre o Brasil e Japão bem sucedidos foi o do desenvolvimento dos cerrados brasileiros, que aumentou a sua eficiência de forma significativa. No entanto, as empresas japonesas foram incapazes de aproveitar a sua produção para fins de comercialização, que se restringiu a parcelas mínimas. Agora, o jornal Nikkei anuncia que numa iniciativa público-privada estão tentando reproduzir algo semelhante na África, tendo com primeiro objetivo Moçambique, que apresenta condições semelhantes de solo e clima com os cerrados nas suas savanas. Seria relevante para o abastecimento de alimentos para o Japão.

Segundo a notícia, missões japonesas estão sendo envidadas à África, compostas por representantes das principais tradings, bem como produtores de equipamentos, com o apoio do JICA – Japan International Cooperation Agency, que tem condições de proporcionar capitais e financiamentos necessários de longo prazo e condições concessionais, ou boas carências e juros baixos.

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Cerrado brasileiro, que conta com insumos japoneses. Foto: Jornal Nikkei

Eles almejam a região de Nacala, Norte de Moçambique, como o projeto Corredores de Exportação que executamos no Brasil com a ajuda japonesa. Agora também desejam incluir especialistas em agricultura e em infraestrutura, que precisa ser recuperada pelas deteriorações ocorridas durante a guerra civil naquele país.

O artigo afirma que o projeto visa balancear o interesse chinês no continente, que realmente é muito forte, preocupado com a alimentação da gigantesca população da China. As empresas chinesas ocupam as três principais posições nas concorrências de projetos públicos na África.

Os japoneses desejam aproveitar a experiência colhida no Brasil e nos cerrados, e seria interessante que envolvessem também empresas brasileiras, que possuem maior facilidade tanto pelo mesmo idioma como uma semelhança cultural, gozando de boa imagem entre os africanos.

O artigo reconhece que foram as grandes multinacionais ocidentais como a Bunge, Cargill, ADM e a Dreyfus que trabalham com commodities agrícolas que se beneficiaram do aumento da produção brasileira, que foi ajudada pelos japoneses. Eles estão fornecendo sementes, fertilizantes, defensivos para obterem a soja, por exemplo.

Algumas tradings japonesas estão citadas no artigo, como a Itochu e a Marubeni, que procuram competir com as multinacionais tradicionais, mas ainda conseguem volumes inexpressivos. O artigo chama a atenção das empresas japonesas, mas há que se considerar que tais ações não podem se restringir a alguns países fornecedores, mas a ampla atuação, inclusive com insumos em todos os mercados globais.


2 Comentários para “Aproveitando na África a Experiência no Cerrado Brasileiro”

  1. daniel
    1  escreveu às 12:11 em 10 de setembro de 2013:

    Como é o nome do cerrado na África?

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 13:58 em 10 de setembro de 2013:

    Caro Daniel,

    O tipo de condições das regiões africanas parecidas com os cerrados brasileiros chama-se savanas.

    Paulo Yokota


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