Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Entrevista de Ai Weiwei na Folha de S.Paulo

19 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

São abundantes as informações que o consagrado e controvertido artista chinês Ai Weiwei, famoso por ter colaborado com projeto Ninho de Pássaro nos Jogos Olímpicos de 2008, mas crítico contumaz da falta de liberdade na China, sofre constrangimentos, muitas vezes inexplicáveis no seu país. Ele concedeu a Fabiano Maisonnave, correspondente da Folha de S.Paulo, uma longa entrevista publicada no suplemento Ilustríssima de domingo, ainda que esteja proibido este tipo de atividade, num compromisso que ele assinou. Ao lado da entrevista, o jornalista Sérgio Dávila publica uma matéria sobre a atual exposição de Ai Weiwei em Paris, afirmando que este artista manda todos os ícones ocidentais à m…. igualmente, mesmo que não se trate de nada ligado aos chineses.

A famosa escritora chinesa Xinran, autora de alguns livros de grande tiragem internacional, inclusive em português, como “As boas mulheres da China” e “Mensagem de uma mãe chinesa desconhecida” já expressou a sua opinião sobre Ai Weiwei. Os trabalhos desta autora que já visitou o Brasil devem ser lidos por todos por conterem relatos dramáticos de degradação das mulheres persistentes naquele país, que figuram entre as mais críticas que se possa conhecer. Ela afirma que os confrontos direto com as orientações oficias provocam reações evitáveis, tanto que ela mesma transita livremente pela China, ainda que publique seus livros no exteriorm além dar aulas e escrever e divulgar muitos dos graves problemas daquele país.

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Ai Weiwei e o Ninho de Pássaros

Ainda que sejam respeitáveis as aspirações de Ai Weiwei com relação à ampliação das liberdades na China, inclusive no que se refere às comunicações feitas por diversos meios de comunicação, há que se considerar que mesmo nos países considerados exemplos de democracia persistem dificuldades. O exemplo de Guantánamo mantido pelos Estados Unidos, contrariando tudo que se refere aos direitos humanos nas Nações Unidas é um caso.

A liberdade aspirada pelos artistas é mais que compreensível, pois suas criatividades excedem as compressões do senso comum, e muitas regulamentações que existem nos países considerados mais democráticos. As regulamentações relacionadas à comunicação social poderiam ser voluntárias, mas em muitos países democráticos existem limites contra os quais muitas vozes se levantam.

Que vem ocorrendo evoluções inevitáveis na China também são possíveis de se admitir, principalmente quando se observa o que ocorreu na chamada Revolução Cultural, quando os pais de Ai Weiwei sofreram barbaridades, como muitos intelectuais.

Todos gostariam que tais aperfeiçoamentos venham a ocorrer com maior velocidade em todo o mundo, mas é compreensível que nem sempre as autoridades tenham a flexibilidade que seriam aspiradas pelos artistas, que costumam ser a vanguarda destas mudanças, ainda que não sejam aceitas pela maioria, que costuma ser o meio democrático aceitável para as decisões.



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