Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Metrô de São Paulo Segundo The Economist

30 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

Uma notícia sobre o metrô de São Paulo foi publicado no The Economist, que mesmo procurando ser simpática acaba mostrando o quando estamos atrasados no transporte de massa. Informa que o que chama a atenção de qualquer visitante estrangeiro é o problema dos engarrafamentos de trânsito nesta metrópole de 19 milhões de habitantes, que conta somente com 71 quilômetros de metrô. México teria mais de 200 quilômetros, Seul cerca de 400 quilômetros e até Santiago do Chile, com um quarto da dimensão de São Paulo, tem um metrô 40% maior.

O artigo refere-se à ligação entre a Avenida Paulista e a Avenida Faria Lima, dois distritos de negócios da cidade, servido agora pela linha 4 que já está sobrecarregada, transportando mais de 550 mil passageiros diariamente. Na hora do rush, há um congestionamento de passageiros que procuram fugir de outros de veículos, ligando outros tipos de transportes que servem a periferia da cidade. Esta linha terá prosseguimentos para ambos os lados, mas ainda não estão concluídas. Pela Constituição brasileira de 1988, este sistema de transporte ficou a cargo do Estado e da Municipalidade, e os investimentos não são suficientes.

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Vista das escadarias do metrô República. (Foto: Divulgação) / Lotação no horário de píco

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Segundo o governo do Estado de São Paulo, esta linha contará com outras estações proximamente, mas ainda são insuficientes, e tudo que está sendo feito corre atrás dos problemas que estão se agravando na cidade. Os projetos estão defasados nas suas execuções e quando projetados previam um tráfego menor, que é rapidamente ultrapassado.

As autoridades esperavam aprontar algumas linhas adicionais até a Copa do Mundo de 2014, mas tudo indica que os projetos continuarão com atrasos. O governo vem procurando minorar com alguns projetos público-privados de transporte de massa, mas todo o processo é muito lento, desde a concorrência até a sua execução.

Nota-se que as estações que estão sendo construídas visam o maior aproveitamento dos pontos de vendas criados em torno das mesmas. Assim, comparados com os sistemas eficientes de outras cidades do mundo, estas estações acabam ficando gigantescas, um verdadeiro shopping center. Em muitas localidades, as saídas dos sistemas de metrô acabam diretamente nos edifícios prontos, como lojas de grandes dimensões já existentes, exigindo menos investimentos.

Ainda que os sistemas de transportes em São Paulo procurem estar integrados com os dos trens suburbanos e ônibus, os terminais existentes são inadequados acabando somente de sobrecarregar todo o sistema de transporte coletivo, sem uma eficiência maior.

O artigo menciona que alguns bairros de melhor padrão consideram, por ora, o metrô um sistema de transporte das camadas mais modestas da população. Mas, com o tempo, como em outras cidades, vai se percebendo que ele é uma necessidade que atende a todos.

Uma grande quantidade de razões ainda mantêm os custos das construções extremamente elevados e, executados com a velocidade atual, eles acabam se elevando. Muitas soluções alternativas precisam ser adotadas, como já se vem fazendo com o aproveitamento das linhas de trens suburbanas. Mas ainda restam os tipos de monotrilhos que sofrem restrições com as vias elevadas que deterioraram algumas áreas, e os que servem os aeroportos, que podem circular sobre pneus.

O fato concreto é que há uma necessidade de penalizar os veículos que andam somente com os motoristas, principalmente nas horas de pico do rush. Com os sistemas eletrônicos hoje disponíveis, há possibilidade de cobranças de pedágios sem congestionar o tráfego, ao mesmo tempo em que há margem para que algumas atividades tenham horários diferentes de trabalho, para deslocar parte do trânsito para horários menos congestionados, com controles melhores das sinalizações, que proporcionariam também economias de combustíveis, além de menos poluição.



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