Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Novas Observações de Michael Pettis Sobre a China

12 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

Michael Pettis é considerado um dos mais credenciados analistas da China onde reside e seus artigos são publicados em diversos meios de comunicação, principalmente pelo Financial Times, pois ele é muito experiente e tem acesso a muitas informações. No seu currículo aparece como professor nos Estados Unidos e na China, em universidades de alto padrão. Ao contrário de artigos superficiais, ele entende que a China não está mudando a sua política para o mercado interno, até porque sempre esteve nesta posição. E os empréstimos feitos naquele país vão acabar sendo rolados, pois muitos tomadores não possuem capacidade para liquidá-los. O que pode ser considerado inadequado, mas é o que acaba acontecendo.

O problema na China é diferente dos Estados Unidos ou da Europa, segundo o autor, mas parece que isto também está acontecendo em muitos países europeus, com os prejuízos transferidos para os bancos e seus acionistas. Muitos dos empréstimos efetuados não serão honrados, transformando-se em transferências do governo central para o local, o que vai desacelerar o seu ritmo de crescimento, como já vem ocorrendo. Mesmo com a ajuda do relatório do Banco Mundial, como já postado neste site, há dúvidas sobre a eficácia de suas recomendações no sentido de maior privatização, e reformas de variados tipos.

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Na realidade, muitos analistas como Michael Pettis, interpretam que a privatização proposta é politicamente difícil de ser executada. Isto acontece somente na China, mas o Brasil e o México também são citados como casos semelhantes no artigo.

Na realidade, sempre houve uma parcela dos empréstimos que constam dos balanços dos bancos, ou na forma de bônus da dívida pública. Na medida em que ocorrem reescalonamentos, com o perdão de uma parte destas dívidas e seus encargos, ainda que isto deixe resquícios por longo tempo, não existem alternativas, como está se observando no caso da Grécia.

No caso da América Latina, o plano Brady acabou resolvendo os graves problemas do endividamento externo, até porque em decorrência da crise petrolífera anterior, e a elevação brutal dos juros provocados pelas autoridades monetárias dos Estados Unidos, afetando todo o mundo, não havia mais como honrar todos os débitos.

Os bancos costumam manter reservas para estas contingências e, quando se trata de estatais como na atual China, os orçamentos públicos acabam absorvendo os créditos em liquidação. Os teóricos consideram que tais operações são inadequadas, pois acabam introduzindo vieses sobre os riscos no mercado, mas eles são muitas vezes inevitáveis, do ponto de vista político.

Os chineses possuem uma cultura milenar sobre o comércio que sempre envolveu algumas operações bancárias, desde a antiguidade. Todos sabem destes inconvenientes, mas nem sempre prevalece a racionalidade.

Como observa o autor do artigo, numa última consideração, todos sabem destes fatos, mas a Europa está se endividando com até com a Ásia para tentar resolver seus problemas mais cruciais no momento.



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